A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) registrou alta de 0,19% em julho, depois de quatro meses sucessivos de queda. O índice foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acumulado do ano ficou em 1,73%, enquanto que em igual período de 2005 foi de 3,42%. Rio (ABr) – Curitiba teve a segunda menor inflação no mês, 0,05% (mesmo assim bem acima da registrada em junho passado, de -0,36%) perdendo apenas para Salvador, que registrou taxa negativa de 0,21% no mês. Com este resultado, a capital paranaense acumula inflação de 1,19% no ano. No cômputo geral, Curitiba está em terceiro lugar, atrás de Goiânia (0,83%), São Paulo (0,92%).
A elevação do índice em âmbito nacional e no Paraná é atribuída principalmente ao aumento das despesas familiares, principalmente em transportes e alimentos. Nos transportes, o destaque foi a gasolina, que teve aumento médio de 0,81%, em razão principalmente da alta ocorrida em Brasília (5,75%) e Goiânia (4,51%) e nas regiões metropolitanas de Curitiba (3,33%) e Fortaleza (2,42%). No álcool combustível, a alta foi de 1,04%, com forte influência de São Paulo (3,21%), Goiânia (1,76%) e Brasília (1,43%).
Além disso, as tarifas dos ônibus interestaduais e intermunicipais (3,14%) também ganharam peso. Nos interestaduais, embora o reajuste médio tenha sido de 9,27% em 9 de julho, algumas linhas eliminaram os descontos que vinham promovendo. Nos intermunicipais, o resultado foi definido basicamente pela região metropolitana do Rio de Janeiro, cujas tarifas aumentaram 11,81%.
Já no grupo alimentação e bebidas, a pesquisa constatou uma certa estabilidade de preços em julho (0,09%), mas a taxa do grupo influenciou o índice porque no mês anterior havia ocorrido queda (-0,61%).
O IBGE informou que esta é a primeira divulgação dos índices de preços com a nova estrutura de pesos dos grupos adotada pelo órgão, que incorporou resultados atualizados dos gastos de consumo da pesquisa de orçamentos familiares (POF) 2002/2003. Passaram a ser pesquisados novos itens, como multas de trânsito, gás veicular, acesso a internet e mão-de-obra para reparos domésticos. Outros itens ganharam menor importância nos cálculos, entre eles o álcool combustível, o aluguel residencial e a energia elétrica.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília. Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 28 de junho a 28 de julho (referência) com os preços vigentes de 30 de maio a 27 de junho (base).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de julho, registrou alta de 0,11% contra -0,07% registrado em junho. Com esse percentual, o índice acumula alta de 1,18% no ano, menor do que em igual período de 2005 (3,31%). Nos últimos 12 meses, porém, a taxa ficou em 2,87%, acima dos 2,79% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2005, o INPC havia ficado em 0,03%.
Em julho, os produtos alimentícios apresentaram variação negativa de -0,20%, enquanto os não-alimentícios aumentaram 0,23%.
Os maiores índices regionais foram registrados em Brasília (0,58%) e Rio de Janeiro (0,56%), enquanto o menor resultado, com deflação, foi registrado em Salvador (-0,25%). Em Curitiba, o INPC registrou alta para 0,11% em julho contra índice negativo de -0,22% em junho. No acumulado do ano o INPC de Curitiba é de 0,31%.
Prévia do IGP-M mostra deflação em preços de metais
Rio (AE) – Beneficiada pela deflação nos preços dos metais no atacado, a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou em agosto, com alta de 0,16%, ante aumento de 0,17% em igual prévia em julho. Porém, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), embora a prévia tenha registrado taxa menor, é muito improvável que o indicador fechado de agosto seja inferior ao de julho (0,18%). Isso porque o bom comportamento dos preços dos metais não deve continuar. Além disso, a FGV já registra aumentos importantes nos preços de carne bovina e insumos petroquímicos no atacado.
Usados para reajustar preços de aluguel e de energia elétrica, o IGP-M acumula altas de 1,75% no ano e de 2,22% em 12 meses, até a primeira prévia de agosto – que abrange o período de 21 a 30 de julho. Ao comentar o resultado anunciado hoje (11), o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, informou que, na primeira prévia do índice de agosto, houve quedas importantes nos preços de metais não-ferrosos (-0,42%); e ferro, aço e derivados (-0,04%). Isso ajudou a puxar para baixo os preços do atacado, que subiram menos (de 0,28% para 0,17%), na passagem da primeira prévia de julho para igual prévia em agosto.
Quando questionado sobre o porquê do comportamento dos preços dos metais, o economista lembrou que esse setor passou por altas de preço recorde, há alguns meses. Na avaliação do economista, agora é o momento em que os preços tentam se ?equilibrar?, para compensar os intensos aumentos de preço já registrados. Os metais são muito usados para setores que atuam como fornecedores da indústria da transformação. ?De uma maneira geral, creio que foram os insumos para a indústria que influenciaram a desaceleração de preços (no atacado)?, disse.
Outro fator que também ajudou a puxar para baixo o resultado da primeira prévia do IGP-M de agosto foi o setor de construção civil, cujos preços saíram de uma alta de 0,59% para uma elevação de 0,51%, da primeira prévia de julho para igual prévia em agosto. Já os preços do varejo passaram uma queda de 0,28% para uma elevação de 0,01%, no mesmo período, devido ao fim da deflação nos preços dos alimentos (de -0,89% para 0,20%). Porém, essa elevação foi compensada pelas desacelerações de preços no atacado e na construção civil.