inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou em 0,66% na semana encerrada em 24 de dezembro, ante 0,61% da semana anterior, terminada em 17 de dezembro. De acordo com o levantamento da Fundação Getúlio Vargas, que calcula o índice, as maiores altas foram da gasolina (4,7%) e da tarifa de ônibus urbano (1,15%). No outro extremo, os itens com maiores quedas de preço foram batata inglesa (-7 09%) e cebola (-13,72%).
Em 2004, o IPC-S acumulou alta de 6,3%. O setor de Transportes foi o principal fator a influenciar o índice no ano passado, com alta de 9,18%, principalmente puxada pelos reajustes da gasolina (13,18%) e álcool (40,97%). No geral, os combustíveis tiveram alta de 16,38%.O transporte público também teve alta (3,7%), distribuída por táxis (18,74%) e ônibus (2,84%). No acumulado do ano, Alimentação ficou com alta de 5,82%, Habitação, com 5,78%, Vestuário, 5,75%, Saúde, 5,55%, Educação 6,62%, e Despesas Diversas, 7,2% O coordenador do IPC e economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, avalia que nas próximas semanas o setor de Educação deve começar a ser um dos principais itens a influenciar a inflação medida pelo IPC-S. "Nos próximos meses, reajustes de mensalidades escolares e mesmo de transporte escolar deve contaminar o índice", disse.
Ele também acredita que já estejam totalmente captados na inflação medida até 24 de dezembro os reajustes de telefonia fixa e de gasolina, que foram os itens que mais influenciaram a taxa das últimas semanas. "O setor de Habitação e o de Transportes devem começar a perder força na composição do indicador", analisou.
Ainda segundo Braz, o setor de Alimentação deve começar a influenciar uma alta, apesar de ter sido a maior pressão de baixa das últimas semanas. Isso porque os preços das hortaliças, que têm forte peso neste segmento, devem subir devido à sazonalidade. "Se continuar chovendo nas regiões produtoras devemos ter alta nestes produtos, mas nada que aponte uma tendência. Será apenas um fato isolado, assim como já é o da entressafra de carne bovina, que elevou os preços do produto", disse.
Das 12 capitais pesquisadas, sete apresentaram alta em suas taxas de inflação na semana até 24 de dezembro, ante a apuração anterior. A maior taxa ficou com Goiânia (1,25%). A menor foi registrada em Curitiba (0,31%). E dos sete grupos que compõem o indicador, apenas três apresentaram alta de preços: Alimentação (de 0,27% para 0,46%); Vestuário (de 1,47% para 1,50%) e Transportes (de 2,12% para 2,36%). O item Saúde e Cuidados Pessoais manteve a variação de 0,25%. Tiveram queda Educação, Leitura e Recreação (de 0,40% para 0,38%); Despesas Diversas (de 0,82% para 0,77%) e Habitação (de 0,36% para 0,26%).
