A dificuldade do governo da Argentina em controlar a inflação está fortalecendo a posição do presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, no governo. Fontes oficiais informam que ?o caso argentino? vem sendo utilizado no Palácio do Planalto como exemplo de que ?não se pode queimar etapas? em política econômica.
O presidente argentino, Néstor Kirchner, escolheu, de acordo com a análise feita por importantes setores do governo Lula, um maior crescimento econômico, mesmo que isso implicasse ?um pouco mais de inflação?. Algo parecido com o que alguns políticos brasileiros chegaram a defender em passado recente.
O problema enfrentado agora por Kirchner, constatam as mesmas fontes, é que a inflação projetada para este ano já supera a perigosa marca de 10% e a tendência é de alta. O governo argentino está verificando na prática, de acordo com essa análise, a dificuldade técnica de manter uma inflação elevada ?sob controle?.
Para evitar uma disparada ainda maior dos preços, o governo Kirchner está apelando para instrumentos de comprovada ineficácia, como o controle de preços, já utilizado sem sucesso no Brasil. Além disso, viu-se envolvido, nos últimos dias, numa polêmica sobre manipulação de índices oficiais de inflação.