Uma excelente notícia para o setor têxtil brasileiro espocou junto com os fogos de artifício que animaram as festividades de fim de ano. Em 2005, será extinto o sistema mundial de quotas de importação para produtos têxteis e de confecção, abrindo para as empresas a extraordinária perspectiva de inserir-se num mercado potencial de US$ 350 bilhões, valor de sua movimentação em 2002.
As quotas de importação foram fixadas para permitir aos países pobres, portanto, potenciais competidores do Brasil, acesso aos mercados desenvolvidos, que a partir de agora podem comprar produtos estrangeiros sem restrição de origem ou quantidade.
Para as empresas brasileiras do setor, a medida tornará possível um avanço estancado há anos, de vez que esse conjunto produtivo representa apenas 0,4% do mercado têxtil e de vestuário mundial. Executivos das principais marcas nacionais já se lançaram à formulação de estratégias capazes de ampliar essa participação a níveis superiores, abrindo escritórios no exterior e fazendo contatos com novos compradores.
Uma sombra gigantesca à reanimação que vai insuflar a produção de têxteis e confecções no Brasil vem da China. Segundo analistas do setor, esse é o país que continuará dominando o cenário que se desenha com a extinção das quotas de importação. Mesmo assim, o Brasil terá garantida a sua oportunidade, se trabalhar com rapidez e eficiência para conquistar espaços no mercado externo, valendo-se de poderoso nicho comercial, ávido de novidades, bom gosto, elegância e preços competitivos.
Relatório preparado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra quais seriam os ganhadores com a abertura de mercado. Os países mais eficientes, grandes produtores de matéria-prima, como o algodão, com forte produção industrial e mão-de-obra disponível.
Como a China, Índia e Paquistão, que dão as cartas no setor, o Brasil também poderá obter resultados significativos na captação de divisas, se, mais uma vez, estimular o discernimento e a comprovada visão de negócios de seus empresários.
