Indústria tem seis meses consecutivos de expansão

O crescimento acumulado de 7,8% na produção industrial dos últimos seis meses é um fato que não se verificava desde o período de junho a dezembro de 1994, quando o país vivia ainda sob o impacto da estabilização de preços decorrente do Plano Real. A afirmação é do chefe da coordenação do Departamento Industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Sales.

Segundo ele, o quadro é ?bem favorável?. A indústria, com o crescimento de 1,1% entre julho e agosto, completa seis meses consecutivos de expansão e não há tendência de que esse processo possa ser revertido no curto prazo, afirma Sales.

?Nessa trajetória há um claro destaque para a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos para a indústria), bens duráveis (eletrodomésticos, automóveis, celulares), setores que puxam esse ritmo. Bens intermediários (matérias-primas e insumos) crescem na média industrial e bens não duráveis (medicamentos, vestuários e bebidas) em um ritmo mais discreto?, revela.

Silvio Sales diz que há um conjunto de indicadores que apontam para a manutenção desse crescimento no curto prazo.

?Nós não projetamos. Mas o fato é que você tem dois terços do ano já apurados. Faltam quatro meses. Temos crescimento acumulado de 8,8% de janeiro a agosto. Juntando isso tudo com as estatísticas de outras fontes já disponíveis: exportações e importações continuando fortes, a Sondagem Conjuntural da FGV com perspectivas favoráveis para o final do ano, inadimplência declinante”, revela.

De acordo com Sales, como a atividade, principalmente a demanda interna, se concentra no final do ano, e o cenário é favorável, isso pode “conduzir à idéia de que você terá um final do ano bom, com estímulo ainda maior para a atividade industrial dos próximos meses. Então, há um conjunto de indicadores que levam à idéia de que esse processo não está ameaçado de reverte-se no curtíssimo prazo?.

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