Brasília – Após registrar crescimento em torno de 1,7% por dois meses consecutivos, as vendas reais na indústria caíram 0,33% em novembro. Os dados, que já levam em conta os ajustes sazonais (variações da produção conforme a época do ano), são da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou nesta terça-feira (16) os Indicadores Industriais de novembro.

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O mesmo ocorreu com as horas trabalhadas na produção, que apresentaram queda de 0,74% em novembro, depois de seis meses seguidos de aumento. Para o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, o índice não representa o fim do ciclo de crescimento da atividade industrial.

Na avaliação da entidade, como outubro tinha registrado o segundo melhor nível de vendas da história, a base de comparação foi alta, o que, conforme Castelo Branco, explica as quedas registradas. ?Na verdade, houve apenas uma acomodação após um período de crescimento expressivo?, analisa Castelo Branco. Ele diz ainda que, nos finais de ano e nos dois primeiros meses do ano seguinte, é normal haver desaceleração na indústria.

Segundo o economista da CNI, um exemplo de que a tendência de crescimento do setor não está comprometida é o fato de que o total de trabalhadores na indústria cresceu pelo 12º mês consecutivo. Em novembro, o indicador subiu 0,42% (com ajuste sazonal). O índice está acima da média mensal de 0,34% registrada em 2006.

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Castelo Branco afirma ainda que a comparação com os dados de novembro de 2005 revela que a atividade industrial, na verdade, continua em expansão. Em 12 meses, as vendas reais cresceram 3,69%, a quantidade de pessoas empregadas no setor aumentou 3,88% e o total de horas trabalhadas subiu 1,89%.

Para a entidade, o crescimento da indústria em 12 meses deve-se principalmente ao desempenho no segundo semestre, quando a queda dos juros básicos da economia foi intensificada. ?No primeiro semestre de 2006, esses números eram praticamente estáveis em relação ao ano anterior?, destaca Castelo Branco. ?Foi a partir de julho que as vendas e o faturamento começaram a deslanchar?.

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Apesar da desaceleração registrada em novembro, Castelo Branco diz que a indústria começa 2007 embalada pelo cenário econômico registrado no final de 2006. ?O emprego continua em trajetória de expansão e a economia continua num ritmo de crescimento moderado?, diz. ?A melhoria das condições de crédito, a queda de juros e o crescimento da renda e do emprego vão continuar a impulsionar principalmente os segmentos voltados para a demanda doméstica e de baixa renda?, avalia.