Indústria reavalia margens da produção de TV de plasma

A guerra de preços da TV de plasma, que atingiu o auge nas semanas que antecederam a Copa do Mundo com corte de até 20% no valor do produto, começa a se refletir na rentabilidade dos fabricantes. A coreana Samsung, por exemplo, reavalia o mercado de TV de plasma de 42 polegadas de baixa definição. "Provavelmente vamos sair desse segmento", diz o diretor de eletrônicos de consumo da companhia no Brasil, Eduardo Pisani Mello.

Segundo o executivo, a forte erosão nos preços provocada pela concorrência afetou a rentabilidade dos modelos de televisores de plasma de baixa definição, isto é, o padrão standard, de 42 polegadas, que hoje é vendido ao consumidor por R$ 4,999 mil.

No fim de 2004, esse aparelho custava R$ 20 mil. O preço caiu pela metade em dezembro do ano passado (R$ 10 mil). Em junho deste ano, era negociado por R$ 7,980 mil. O dólar baixo também ajudou a derrubar os preços das TVs.

Desde julho deste ano, a Philips deixou de montar em Manaus a TV de plasma de 42 polegadas de baixa definição. A companhia se concentrou na produção de aparelhos de plasma e LCD (cristal líquido) de alta definição. São oito modelos de TVs, cinco de LCD e três de plasma. O televisor de plasma de 42 polegadas, de alta definição, no modelo mais básico, custa R$ 6,499 mil.

A Philips informa que decidiu se concentrar na fabricação de TVs de alta definição para oferecer uma imagem de melhor qualidade, especialmente com a chegada da TV digital.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Paulo Saab, não há nenhum movimento de interrupção de produção de televisores básicos de plasma. Mas ele admite que houve uma redução nas margens de ganho dos fabricantes do produto, por causa da queda acentuada dos preços.

A LG, por exemplo, informa que vai continuar fabricando e vendendo TVs de plasma no padrão standard. A empresa diz que esse segmento está adequado ao mercado brasileiro, mesmo com a chegada da TV digital. A companhia diz que nos Estados Unidos, cerca de 45% do mercado de TV de plasma é no padrão standard.

A Semp Toshiba está trabalhando tanto com TVs de plasma de alta como de baixa definição. A companhia diz que há mercado para os aparelhos no padrão standard e considera a hipótese de reavaliar as compras desses itens para o próximo ano. A Gradiente e a Philco mantêm a produção de TV de plasma de baixa definição.

Na opinião de Saab, os fabricantes tendem a lançar aparelhos que caminhem cada vez mais para a alta definição. "Há uma migração dos modelos ‘standard definition’ para ‘high definition’, e essa é uma migração que ocorre rapidamente." Ele diz que estão previstos para este semestre lançamentos de diversos modelos e linhas com maior definição.

A projeção da Eletros é que sejam vendidos neste ano até 230 mil TVs, entre aparelhos de plasma e LCD, num universo de 10 milhões de televisores. No ano passado inteiro, foram 58 mil TVs de plasma e LCD.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo