Indústria quer acordo têxtil com os EUA

Rio – Apesar de ter um dos maiores parques fabris da região, o Brasil ocupa a décima colocação nas exportações de têxteis para os Estados Unidos dentre os países das Américas. O Brasil fica atrás de países como Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Colômbia, Peru e Nicarágua nas vendas para os Estados Unidos, maior comprador mundial destes produtos. Com as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) paralisadas, a indústria nacional quer fazer entendimentos com o setor privado americano.

As vendas brasileiras equivalem a 0,5% de tudo o que os Estados Unidos compram em têxteis do mundo. Os dados são de estudo encomendado pela Agência de Promoção às Exportações (Apex) e pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) a pesquisadores do Senai-Cetiqt, divulgado hoje (12) na Fashion Rio. O lista dos dez maiores vendedores aos Estados Unidos na região é completada, pela ordem, por México, Honduras e República Dominicana.

O principal motivo para a modesta colocação brasileira e o pequeno volume de exportações é a falta de acordos comerciais com os Estados Unidos. Outros países têm acordos bilaterais ou funcionam como zonas de processamento de exportações. "O Brasil avança neste mercado a 10 km/h enquanto o comércio com outros países cresce a 100 km/h", comentou o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel. O Brasil exportou US$ 400 milhões para os Estados Unidos, que compram US$ 85 bilhões em têxteis do mundo.

A indústria têxtil brasileira está iniciando contatos com o setor nos Estados Unidos para tentar montar uma espécie de "Alca têxtil". "A Abit tem interesse em abrir negociações entre as indústrias do setor brasileiras e americanas para formar a Alca do setor têxtil", comentou. Já há conversas preliminares sobre o assunto. O projeto é buscar interesses comuns, abrir canal de interlocução com os americanos e, a partir daí, trabalhar junto aos governos para buscar algum tipo de acordo setorial.

Pimentel defende que o fortalecimento do setor no continente consolidaria a posição das indústrias regionais com relação a outros blocos econômicos e países. Segundo a entidade, mais de dois terços das exportações setoriais brasileiras seguem para países que estão na região do projeto da Alca. O representante afirmou que o setor têxtil é potencialmente um dos principais interessados na formação da área de livre comércio.

Chineses

A China caminha para abocanhar uma fatia de 50% do total de importações de produtos de confecção feitas pelos Estados Unidos dentro dos próximos cinco anos, segundo o coordenador do estudo, Lúcio Tenan. Os dados mostram que a China detém hoje 16% de participação nas compras de confecções dos Estados Unidos, taxa que vai praticamente triplicar até 2010, mantidas as condições atuais de mercado.

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