A indústria brasileira considera que um corte de juros de só 1 ponto percentual seria “uma grande frustração”. Segundo o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, a taxa básica de juros da economia brasileira –a Selic– deveria cair 2 pontos, para 15,5% ao ano, ao término da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) desta quarta-feira.
“O corte de 1 ponto seria uma grande frustração. Eu aposto em 2 pontos. Há espaço para isso”, disse ele, em Brasília, onde a CNI fez um balanço do primeiro ano do governo Lula. Não é essa, entretanto, a aposta do mercado. A maioria dos analistas previa, até a última sexta-feira, um o corte de só 1 ponto na Selic. No entanto, as cinco instituições financeiras que mais acertam as previsões macroeconômicas apostavam em uma queda de 1,5 ponto.
Nessa mesma tendência, os contratos de juros futuros estão sendo negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) desde segunda-feira com juros abaixo de 16,5% ao ano. Ou seja, uma boa parte dos investidores já começa a se posicionar para um corte de 1,5 ponto.
No longo prazo, a CNI aposta também em uma forte redução da Selic. A entidade avalia que os juros cairão para 13% ao ano em dezembro de 2004, e que taxa de juros reais média do próximo ano será de 8%, contra 13,1% em 2003. (Correio Web)