Indústria de máquinas reduz expectativa de faturamento

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) não acredita que o setor conseguirá cumprir a estimativa de faturar R$ 40 bilhões este ano. “Vai dar para chegar a uns R$ 35 bilhões”, disse hoje (8), em Curitiba, o presidente da entidade, Newton de Mello. Entre janeiro e agosto do ano passado, as 4.500 empresas do setor faturaram R$ 22,6 bilhões. No mesmo período deste ano, a receita subiu para R$ 28,6 bilhões.

De acordo com Mello, um dos setores que mais influenciaram essa queda da previsão é o de máquinas agrícolas, em razão de ter cessado o financiamento a partir de julho. O levantamento feito pela Abimaq mostra que nos primeiros seis meses do ano o setor vinha faturando cerca de R$ 400 milhões ao mês. Em julho, houve um salto para R$ 1,1 bilhão e, depois, caiu para zero.

Segundo ele, houve um erro na resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) a respeito de quem seria o responsável por assumir os riscos da diferença entre a inflação e os índices da TJLP no caso de financiamentos para máquinas agrícolas. “Somente em setembro houve solução para o problema, mas o período para as compras de máquinas agrícolas já tinha passado”, lamentou. Além disso, o panorama não era o melhor para a agricultura, em razão da queda no preço da soja e do algodão e o aumento no valor do petróleo.

No setor industrial, Mello reclamou da “elevação brutal” no preço do aço. “Nos primeiros oito meses do ano, o aço subiu 75% na indústria”, disse. Segundo ele, o aço tem peso médio de 17% no custo de produção de máquinas. Se fosse levado em conta somente esse aumento, os maquinários deveriam ter um reajuste de 13% no preço final, mas esse aumento foi em média de 10% entre janeiro e agosto. “Isso coloca em risco os números do setor, que estavam em uma curva ascendente muito boa”, afirmou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo