Rio – Os setores de refrigerantes e bebidas estão projetando movimento recorde para este ano, com vendas somadas de 22,4 bilhões de litros. O volume deverá crescer 5% sobre o ano passado, motivado por fatores como recuperação de renda e até a Copa do Mundo. O movimento representa uma retomada de expansão, depois de os setores terem praticamente "andado de lado" desde o fim da década passada.
"Se as condições atuais se mantiverem, 2006 tende a ser melhor que 2005", disse Mesquita, que chegou a comentar que os vendedores estão "sorrindo de orelha a orelha", por causa do forte movimento de janeiro.
Ele conta que o primeiro mês do ano foi muito bom e que alguns fatores devem influenciar favoravelmente o desempenho do ano, como a renda do trabalho, o câmbio comportado e os juros em queda. Além disso, ele explica que a Copa do Mundo vai estimular o consumo em meses tradicionalmente mais fracos no consumo do produto, como junho e julho.
Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) mostram que as vendas do setor oscilaram entre 7,8 bilhões de litros e 8,4 bilhões de litros entre 1995 e 2004. O diretor-superintendente do Sindicerv, Marcos Mesquita, estima que as vendas avançaram 5,5% ano passado, para 8,9 bilhões de litros, e que este ano a expansão será de pelo menos 5%, para 9 4 bilhões de litros.
A estimativa de crescimento para 2006 é considerada "conservadora". "Os movimentos de demanda são teoricamente mais (fortes) do que em 2005", comentou. Na prática, ele indica que 2004 foi uma espécie de ano da retomada para o setor, depois de um período de relativa estagnação.
Recuperação
Já nas contas da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes (Abir), a estimativa é de crescimento semelhante, de 5% para 2006, depois do fraco desempenho em 2005 (avanço de 1,7%). Em 2005, as vendas do setor somaram 12,4 bilhões de litros, volume que deverá subir para 13 bilhões em 2006. Em janeiro, por exemplo, as vendas cresceram o dobro do inicialmente projetado.
O presidente da Abir, Hoche Pucherio, estima que as vendas avançaram perto de 8% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, maior crescimento mensal para o setor desde junho do ano passado (8,60%). A expectativa inicial era de expansão de 4% em janeiro.
Segundo o executivo, o clima "está muito propício, surpreendendo". Ele conta que 2005 já foi um ano de recorde histórico, apesar do fraco crescimento e indica que 2006 vai pelo mesmo caminho, com um crescimento mais forte, em torno de 5%. Apesar da forte demanda do início do ano, ele comenta que a indústria está conseguindo atender bem os pedidos.
As vendas mensais do setor desaceleraram a partir de julho, apresentaram três quedas sucessivas entre setembro e novembro e voltaram a se recuperar em dezembro (1,3%), ainda assim de forma modesta.
Eleições
Ele conta que tradicionalmente há mais dinheiro circulando na economia em anos de eleição, além dos fatores da redução dos juros e algum avanço na renda do trabalho. Mesmo as chuvas, que prejudicaram alguns mercados como o Rio de Janeiro, não alteraram a perspectiva de vendas fortes para 2006.
