A indústria que trabalha com a reciclagem vem crescendo cada vez mais no Estado. E, para facilitar a vida de produtores de resíduos e de quem compra o material para dar uma destinação ambientalmente correta, o Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), vem oferecendo uma espécie de classificados na internet. No Bolsa de Reciclagem os empresários encontram várias oportunidades de negócios. Nesse mercado, até o óleo vegetal pós-consumido tem espaço.
A coordenadora do Bolsa de Reciclagem, Elizabeth Stapenhorst, diz que a legislação ambiental obriga os geradores de lixo a dar uma destinação ambientalmente correta para os resíduos que produzem. Na internet encontram todas as fábricas que fazem este tipo de trabalho. ?A preocupação com a destinação correta dos resíduos, entre os empresários, vem aumentando?, diz Elizabeth.
Quem trabalha com papel, por exemplo, pode guardar o que sobra da produção e lucrar vendendo este material. Mas o programa não favorece apenas os geradores, também ajuda as empresas de reciclagem, que geralmente são pequenas e enfrentam muitas dificuldades para se manter no mercado. Entre elas, o fato de trabalharem com grandes volumes e preços baixos. Na internet, elas acabam ganhando mais visibilidade e aumentam seu número de clientes. Além dos classificados on-line, o Sistema Fiep também publica um boletim informativo com os nomes das empresas.
Outra bandeira defendida pela federação é a redução dos impostos. A indústria da reciclagem paga o mesmo que quem polui. Quem está neste mercado é o empresário Marcos Dalcin, ele recicla óleo vegetal pós-consumido e é um bom exemplo da dificuldade que as empresas de reciclagem enfrentam para ganhar espaço. Ele começou as pesquisas em 1996 e só em 2000 conseguiu abrir as portas. ?Acho que ano que vem vamos começar a lucrar?, diz.
Hoje ele emprega 15 funcionários e espera expandir ainda mais suas atividades. É o único neste ramo e recicla por mês 150 toneladas de óleo vegetal consumido em restaurantes, bares, lanchonetes e indústrias alimentícias do Paraná e de Santa Catarina. Com o óleo reciclado faz desmoldante de concreto e asfalto, detergente e ainda vende o material para a indústria de fertilizantes.
A água utilizada neste processo é purificada e volta para a cadeia produtiva. O lodo resultante vai para hortas orgânicas. ?O óleo jogado no meio ambiente entope bueiros, além de gerar poluição?, comenta. Dalcin acabou de conseguir apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e agora quer reciclar também o óleo doméstico. ?Seria necessário criar pontos de coleta na cidade?, explica.