Investimento e câmbio vão continuar travando a indústria brasileira em 2007. O setor terá resultados pouco melhores em relação a este ano, mas nada muito significativo. No primeiro ano do novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o crescimento da produção industrial deve ficar na casa dos 3,5%, pouco acima dos 3,1% esperados para 2006, um decepcionante empate com o resultado de 2005.
Empresas de mineração e petróleo vão se manter à frente do crescimento industrial, únicas que programaram investimentos de grande porte. O setor de bens intermediários, que agrega essas empresas, deve, porém, desacelerar e crescer 2,8%, ante 2,3% este ano, muito melhor que o 0,9% de 2005.
Fabricantes de bens de capital, para abastecer as mineradoras e petrolíferas e também a construção civil, vão fechar o ano com crescimento de 5%, ante 3,6% em 2005. O fôlego, porém, se esgota no próximo ano e a taxa deve ficar em 4,5%, de acordo com projeções da consultoria MB Associados.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também trabalha com projeção de crescimento para o ano novo, ?mas nada brilhante, pois não deve chegar a 4%?, prevê o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto.
Além da falta de investimentos e da necessidade do governo de segurar gastos públicos, a manutenção da política cambial deve frear ainda mais as empresas exportadoras, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB.