A indústria avícola paranaense deve reduzir em até 15% a produção de fevereiro. Uma das razões é a retração do mercado internacional, sobretudo em função da febre aftosa no Estado. O problema vem se arrastando desde outubro do ano passado, quando o governo estadual anunciou a suspeita de um foco em São Sebastião da Amoreira, no norte do Estado. "A galinha não pega a aftosa, mas está pagando o pato", lamentou o presidente do Sindicato da Indústria Avícola do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.
A média mensal do Estado é de 84,7 milhões de aves, mas a previsão para fevereiro é de abater 72 milhões. Importante comprador de aves, a Rússia incluiu o frango na sua lista de produtos vetados em função da aftosa. Além desse problema também pesam na queda da exportação o medo de contágio da gripe aviária que atingiu o Hemisfério Norte e a greve dos fiscais agropecuários, que pararam por 20 dias em novembro.
A decisão pela redução na produção foi tomada pelos próprios avicultores. Segundo Martins, na primeira semana de março, os produtores devem se reunir para analisar novamente o mercado. "Só se sente o mercado quando ele te toca", disse o empresário. De acordo com o presidente da Associação dos Abatedouros e Indústria Avícola do Paraná (Avipar), Alfredo Kaefer, não é apenas o Estado que adotou essa política. "Este movimento de retração na produção também está sendo seguido pelos principais Estados produtores do País, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul", afirmou.