Apesar de bem mais contidas, as vendas no mercado interno também mantiveram tendência de crescimento em junho, com a comercialização de 130,7 mil unidades de carros de passeio, 6,2% a mais que no mês anterior. No acumulado do semestre, a alta da demanda em relação ao ano passado é de 11,4%. Com os resultados, a indústria automotiva abriu 1.172 vagas em junho.
?A estabilidade econômica originada de um esforço da sociedade e do governo está gerando este crescimento. Nestes 18 meses de governo Lula houve estabilização dos parâmetros econômicos, o que criou um ambiente de crescimento que se materializou num aumento do PIB de 2,7% no primeiro trimestre?, avalia o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb.
Segundo a Anfavea, o único segmento que apresentou queda em junho foi o de venda de máquinas agrícolas no mercado interno. O mercado recuou 3,3% em relação a maio. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi de 15,7%. O saldo do semestre, no entanto, segue positivo. De janeiro a junho foram comercializadas 18.797 unidades, contra 18.357 máquinas agrícolas vendidas em igual período no ano passado.
Com os resultados de junho, a Anfavea manteve as projeções de crescimento para o mercado interno em 2004, com expectativa de alta de 7,8% nas vendas de carros de passeio e de 5,3% no segmento de máquinas agrícolas.
O presidente da entidade acredita que o Plano Agrícola Pecuário 2004-2005, divulgado pelo governo federal em 18 de junho, ajudará a alcançar o crescimento projetado. Isto porque, segundo a Anfavea, o Plano Safra deste ano aumentou em 173% os aportes para o programa Moderfrota. Os recursos para o crédito rural são 42,7% superiores aos do ano passado, o que deve aquecer o agronegócio, acredita Golfarb.
As exportações devem continuar crescendo, de acordo com a Anfavea, mas em menor proporção. ?É muito difícil manter um ritmo de crescimento de 50%, como atingimos no primeiro semestre, pois a competitividade no mercado externo também está se acirrando?, explica Rogelio Golfarb.
Apesar dos Estados Unidos continuarem sendo o principal destino das exportações automotivas, incluindo autopeças, o resultado do primeiro semestre foi puxado, basicamente, pelo reaquecimento das economias da Argentina e do grupo andino, informa o presidente da Anfavea.
De janeiro a maio, as vendas para a Argentina cresceram 150%, atingindo US$ 1,19 bilhão. A alta das exportações para os países do grupo andino foi de 121%, num total de US$ 371 milhões. Os Estados Unidos importaram US$ 1,49 bi (4,5% acima do importado no período de janeiro a maio de 2003) e o México, segundo maior destino da indústria automotiva, importou US$ 688 milhões da indústria brasileira (valor 17,9% superior ao das importações do mesmo período no ano passado).
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