Vinte e seis famílias de índios da Reserva Apucaraninha, em Tamarana, a 410 quilômetros de Curitiba invadiram a fazenda Tamoio, vizinha à reserva. Na terça-feira a Secretaria da Segurança Pública havia feito a desocupação da área.
As 23 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que estavam há seis meses na propriedade, deixaram o local pacificamente. Segundo a assessoria da Secretaria, policiais militares estão acompanhando a nova invasão e aguardando decisão judicial.
Para impedir aproximação, os índios derrubaram um pinheiro na porteira da fazenda. Os indígenas reclamam que a área da reserva é muito pequena , por isso querem de volta as terras que pertenciam a eles até a década de 60. A única separação entre a fazenda, que tem 130 hectares, e a reserva, com 1.650 hectares, é uma cerca. Na reserva vivem 385 famílias das etnias kaingang, xokleng, xeta e guarani.
A sede da fazenda foi ocupada pelos índios que prometem levar mais gente, mas não houve qualquer problema com o caseiro e a família, que moram no local. O proprietário José Valdir Brescansin não foi encontrado hoje. Ele já orientou os advogados a tomarem as medidas cabíveis.
A um jornal da região Brescansin disse que, ao comprar a propriedade em 2003, consultou a Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre os limites da reserva. Quando os sem-terra estavam no local ele tentou vender as terras ao Incra, mas não houve acordo sobre o preço. Na fazenda há gado de corte e milho. O administrador da Funai na região, José Gonçalves dos Santos, estava na reserva hoje e não pôde ser contatado.