O número de crianças e adolescentes trabalhando vem sofrendo redução ao longo dos anos, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De 2002 para 2003, a participação de crianças ocupadas de cinco a nove anos de idade passou de 1,7% para 1,3%. De 10 a 14 anos, reduziu de 11,3% para 10,4% e no grupo de 15 a 17 anos a redução foi de 31,8% para 30,3%. Em 1993, o trabalho infantil atingia 3,2% das crianças com cinco a nove anos, 19,6% dos adolescentes com 10 a 14 anos e 46% dos que tinham entre 15 e 17 anos.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Ângela Jorge, os índices são positivos, pois mostram que crianças estão deixando o trabalho para estudar. ?Combinando essa análise da inserção no trabalho de jovens e crianças com os indicadores de educação, a gente vê que as crianças estão mais presentes na escola. A taxa de escolarização vem crescendo para todos os grupos etários e a proporção de crianças trabalhando vem diminuindo em todos os grupos?, afirmou. E esses indicadores são importantes uma vez que o trabalho pode atrapalhar os estudos. ?Influi na escolaridade e no rendimento escolar com toda certeza?, completou.
A Pnad ? 2003 mostra que o trabalho infantil no campo ainda é grande. A atividade agrícola detinha, em 2003, 74,6% das crianças ocupadas de cinco a nove anos, enquanto no grupo de 15 a 17 anos, esse índice foi de 33,4%. Segundo a pesquisa, nas regiões em que as atividades agrícolas predominam, o nível da ocupação das crianças e adolescentes é mais elevado. A ocorrência foi verificada, principalmente, em pequenos empreendimentos familiares, onde o trabalho infantil representa um auxílio para geração de renda ou para produção destinada ao consumo familiar.
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