Queimadas e incêndios continuam na ordem do dia, apesar das primeiras chuvas de outubro. Houve queda nos índices de focos de fogo registrados pelos satélites NOAA, processados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e mapeados pela Embrapa Monitoramento por Satélite (CNPM)  mas a diminuição está abaixo do esperado. Outubro fechou com 51.980 registros de fogo em todo o País, um número 16% menor do que o total de setembro (61.991).

Agosto e setembro tendem a ser os meses com mais queimadas e incêndios, porque coincidem com o auge da seca na maior parte do território nacional. Em outubro, com as chuvas, o uso do fogo começa a diminuir e o declínio se prolonga por novembro, quando as piores concentrações de focos se limitam ao norte da Amazônia e sertão nordestino, onde o regime de chuvas é diferente do Centro-Sul.

Este ano, porém, devido ao rigor da seca e a seu prolongamento em algumas regiões, a queda no número de focos tem sido mais lenta. Em números absolutos, o total de focos é maior, se a comparação é feita entre outubro de 2001 com outubro deste ano. Em 2002, queimou-se 66,5% a mais do que os 31.219 registros de outubro do ano passado. 

O quadro fica pior se a comparação é com a média dos últimos cinco anos em outubro: 136% a mais. A localização das mais altas concentrações não surpreende. Como nos anos anteriores, há uma imensa faixa de uso intenso do fogo entre o leste do Pará e o sertão nordestino, chegando até Pernambuco e Paraíba. Outras duas faixas queimam intensamente no centro-norte do Mato Grosso e no oeste da Bahia.

Já as áreas mais restritas, com concentrações médias de focos, destacam-se nos estados do Mato Grosso do Sul (Pantanal), São Paulo (centro e nordeste), Minas Gerais (norte-nordeste) e Rio de Janeiro (sul). Nestas áreas, a ocorrência de focos deveria ser bem menor e a persistência dos registros influencia o índice nacional.

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