A expectativa e a visão do empresariado paranaense quanto ao desempenho econômico brasileiro caiu de 64,9 pontos, no último trimestre do ano passado, para 55,6 pontos nos primeiros três meses deste ano.
O levantamento foi realizado em parceria pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa, que é feita periodicamente, tem a finalidade de estabelecer o Índice de Confiança do Empresário Estadual – Paraná.
Dentre os itens básicos apurados junto aos industriais do Estado, com vistas à formatação do índice, destaca-se a visão pessoal sobre desempenho da economia, da empresa em particular e do setor em que a mesma está inserida. O empresário é convidado também a dizer o que pensa das expectativas futuras.
O presidente do sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, ao comentar os dados finais do índice, fez questão de ressaltar que, no final de 2004, a esperança do setor industrial era de melhoria sensível neste ano. Contudo, essa postura otimista foi solapada pela elevação da taxa de juros, a desvalorização do dólar e a quebra da safra.
A insegurança do empresário industrial frente aos constantes abalos no panorama da economia é maior entre pequenos e médios, os mais atingidos pela dificuldade de obter crédito a juros compensadores e quase sempre ignorados pelas políticas públicas para o desenvolvimento da produção.
Todavia, o mesmo sentimento é partilhado pelos grandes empresários, que não conseguem esconder a preocupação com os prenúncios de declínio econômico no País, agravando um quadro perigoso de diminuição do ritmo das indústrias, desemprego e novas demissões.
A desconfiança do empresariado na política econômica está em patamar elevado, porque o governo parece não perceber as dificuldades que rondam os setores produtivos, zelando apenas pelas grandes linhas da política macroeconômica.