Átila Alberti / GPP |
São Paulo – O volume de cheques devolvidos por falta de fundos aumentou em março e registrou recorde no País, segundo pesquisa divulgada hoje (12) pela Serasa. Foram compensados 166,5 milhões de cheques e 4 milhões voltaram por falta de fundos, o que correspondeu a um índice de 24,3 cheques devolvidos a cada mil. O recorde anterior, de 20,8 cheques por mil compensados, era de março de 2005. O levantamento foi iniciado pela companhia de análise de crédito em 1991.
O número do mês passado representou alta de 20,9% sobre fevereiro, que teve índice de 20,1, após a compensação de 124,1 milhões e a devolução de 2,5 milhões de cheques. Houve crescimento de 16,8% em relação a março de 2005, quando foram devolvidos 3,5 milhões de cheques sem fundos, de um total de 170 4 milhões compensados, o que resultou em um índice de 20,8.
No acumulado do primeiro trimestre, também foi constatado recorde para o período. Foram devolvidos 21,3 cheques sem fundos a cada mil compensados, o que significou alta de 22 4% sobre os três primeiros meses de 2005, quando o indicador foi de 17,4 cheques por mil. De janeiro a março, foram compensados 447,9 milhões de cheques, dos quais 9,5 milhões voltaram por falta de fundos. No mesmo trimestre do ano passado, o número de compensados totalizou 492,2 milhões, com 8,5 milhões de cheques devolvidos.
Segundo avaliação da Serasa, apesar da inadimplência bater recorde, ela ainda é baixa em relação ao total de cheques emitido pelo mercado e segue a influência da sazonalidade. "Pois 24,3 cheques devolvidos a cada mil compensados significam 2,43%" destacaram os técnicos da empresa. "A concentração de impostos e despesas característicos do início de ano (IPTU, IPVA, matrículas e compra de material escolar) também dificulta o orçamento doméstico no início do ano e tem seu momento mais crítico em março (sobretudo despesas escolares e última parcela do IPVA), o que faz com que, sazonalmente, o mês registre o maior índice de cheques sem fundos do ano."
De acordo com a Serasa, o crescimento no primeiro trimestre está ainda relacionado ao maior comprometimento da renda dos consumidores com os parcelamentos assumidos em prazos mais longos no Natal de 2005, além do aumento no volume de crédito concedido em todas as modalidades.