Curitiba (AE) – O assessor da Federação da Agricultura do Paraná, Carlos Augusto Albuquerque, criticou hoje (11) o Ministério da Agricultura por não ter feito até agora um laudo conclusivo sobre a existência ou não de febre aftosa no Estado. "Já se passaram 23 dias e há apenas um laudo inconcluso" constatou. "Demonstra que o País virou incompetente. Já foi melhor", lamentou. Na noite de quinta-feira (10), depois do setor agropecuário e o governo estadual comemorarem a não existência da doença, com base em exames laboratoriais, o ministério divulgou uma nota, colocando dúvida sobre os laudos.
Segundo a nota, "os exames realizados pelo Laboratório Nacional de Apoio Agropecuário (Lanagro), em Belém (PA), não foram suficientes para esclarecer o quadro clínico apresentado". E conclui: "Os técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério entendem que um diagnóstico conclusivo não se restringe apenas a resultados de exames laboratoriais, sendo também necessário que se considere as manifestações clínicas e a vinculação epidemiológica, ou seja, a origem dos animais".
O diretor-geral da Secretaria da Agricultura do Paraná, Newton Pohl Ribas, afiemou, no entanto, que "o Paraná cumpriu sua lição de casa". Segundo ele, foram seguidas todas as normas internacionais para o caso. "Estamos com laudos que nos indicam que é negativo", acentuou. Ele disse que são encaminhados relatórios diários para o ministério atestando que os sintomas clínicos não prosperaram e a rastreabilidade tem sido realizada. "Há um excesso de precaução e as perdas econômicas estão ocorrendo nas várias regiões", criticou.
O presidente do Sindicato da Indústria da Carne, Péricles Salazar, também reclamou da não existência de um laudo conclusivo, que permitiria aos governos de São Paulo e Santa Catarina flexibilizarem as barreiras sanitárias. "Nós, do setor privado, entendemos que o Paraná não tem aftosa e é preciso urgentemente liberar o trânsito de animais e produtos no Estado e nas operações interestaduais", solicitou. "Há um excesso de zelo e o Paraná está há mais de 20 dias suportando o ônus dessa demora." O sindicato iniciou hoje uma mobilização para que haja interferência política na resolução do problema.
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