A superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, Maria de Oliveira, não descarta a possibilidade de novas mortes na fazenda Recreio, no município de Passira. Em meados deste mês, dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que lutavam pela desapropriação da região foram assassinados. "Não descartamos novas mortes, porque o clima na região é tenso", explica.
As mortes motivaram o Incra a identificar rapidamente áreas improdutivas e acelerar o processo de reforma agrária no estado. Nesta segunda-feira, equipes técnicas do instituto foram enviados a duas das cinco fazendas de maior conflito na região. "Começamos as vistorias na fazenda São Vicente e Independente [também localizadas em Passira (PE)]", conta a superintente.
As outras três propriedades só passarão pela vistoria no dia 3 de janeiro. De acordo com Maria de Oliveira, o prazo legal para o inicio da vistoria é de três dias após a notificação e, como os proprietários das fazendas foram notificados no domingo, a data prevista para o início dos trabalhos é a próxima segunda-feira.
Segundo Maria, o resultado dos levantamentos deve ser divulgado entre os dias 10 e 15 de janeiro. "A partir disso, notificaremos os proprietários dos resultados e conheceremos se os imóveis serão ou não destinados à reforma agrária", resume.
A superintendente destaca que a região é pólo do crime organizado e de tráfico de drogas. Por isso, agentes da Polícia Federal irão acompanhar toda a ação. "O Incra não vai para a região sem a PF porque nós também não temos nenhuma segurança de vida. Não queremos colocar em risco a vida de servidores públicos e nem de trabalhadores", analisa.