Um incêndio já destruiu 5% do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, distante 67 quilômetros de Cuiabá (Mato Grosso). O fogo começou na quinta-feira (2), em uma chácara na região do rio Coxipó, na Área de Preservação Ambiental(APA), devastando parte da fauna e da flora do cerrado. O parque tem 33 mil hectares. Cerca de 50 pessoas conseguiram controlar a queimada na tarde de hoje (6), numa área de difícil acesso.
No entanto, o clima seco, o vento e a baixa umidade do ar contribuem para o surgimento de novos focos de queimadas, que se alastram na vegetação seca da localidade conhecida como Portão do Inferno – onde está localizada a cachoeira véu de noiva – cartão postal do parque, com uma queda d`água de 76 metros.
Segundo o coordenador do Programa de Prevenção ao Fogo (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Romildo Gonçalves, as hipóteses mais prováveis para o início do incêndio no parque são queimadas provocadas por turistas e donos de chácaras na região. “É preciso que as pessoas tenham o mínimo de respeito pelo meio ambiente”, lamentou Romildo. “Sem chuvas nesta época do ano temos que redobrar os cuidados para evitar qualquer princípio de fogo”.
Técnicos do Ibama e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema) estão preocupados com o feriado prolongado na região. O grande número de turistas que procuram o parque poderá agravar ainda mais a situação. Fogueiras para acampamentos e churrascos têm aumentado os focos de queimadas na região, cercada por cânion, cachoeiras, rios, paredões e vegetação rasteira seca nesta época do ano. “Estamos monitorando o parque 24 horas, mas com o grande número de visitantes e impossível controlar as atividades de todas as pessoas”, disse Romildo.
Todos os anos, a escassez de chuvas no Centro-Oeste favorece as queimadas no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Em 2001, cerca de 9 mil hectares do parque foram destruídos pelo fogo. Já em 2002, as queimadas devastaram 60 hectares na região. No ano passado, não foram registrados incêndios na localidade, apenas ocorrências de queimadas agropastoris controladas, e focos de incêndios às margens da Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. “A falta de consciência da população é o `x` da questão. Infelizmente, por mais que a gente faça campanhas, as pessoas não aprendem”, lamentou o coordenador do Prevfogo em Mato Grosso.
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