Inca amplia o atendimento a fumantes que querem largar o vício

O Programa Nacional de Controle do Tabagismo deve atender neste ano 175 mil fumantes que queiram largar o vício. A meta, anunciada pelo coordenador das ações de tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Ricardo Meireles, é expandir gradualmente o tratamento aos 19 milhões de fumantes interessados em parar de fumar. Para isso, o Inca está consolidando uma rede de unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que presta assistência aos fumantes com atendimento médico, psicológico e distribuição de medicamentos.

"Há uma demanda muito grande e esse é nosso sonho. Como o atendimento para os que querem largar o vício é novo, começamos com números modestos. Agora, a meta é diminuir o tamanho da fila dos que querem aderir ao tratamento", disse. O acesso ao tratamento foi ampliado a partir de 2004 quando uma portaria do Ministério da Saúde estendeu às unidades de atenção básica à saúde, de menor complexidade, o direito de se credenciarem à rede. "Antes, só unidades de alta complexidade, como hospitais, podiam se habilitar a se tornarem centros de referência em abordagem e tratamento de fumantes", explicou Meireles. Ele conta que a capacitação de profissionais do SUS começou em 2001 e a distribuição de medicamentos em 2002.

O Inca já treinou profissionais em todo o país e, hoje, 20 estados e o Distrito Federal já fazem parte da rede de tratamento do tabagismo. Os outros seis que ainda não integram a rede, que são Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Piauí e Alagoas, devem implantar seu sistema de atendimento ainda este ano, previu Meireles. Ele disse que os profissionais já foram capacitados e, agora, só falta que a secretaria estadual e as secretarias municipais se adaptem para atender os pacientes. "Antes, é preciso que as unidades de saúde se habilitem a integrar a lista de centros de referência. Há três critérios básicos: tem que ser unidade credenciada do SUS, tem que ser área livre de fumo e tem que ter profissionais preparados", contou.

O programa de controle do tabagismo foi criado em 89 para reduzir a mortalidade relacionada ao fumo e começou com ações educativas de prevenção nas escolas, além de proteção aos não-fumantes, estimulando a criação de áreas livres de fumo. O Inca incluiu o tratamento como parte das ações do programa depois que pesquisas internacionais comprovaram que 80% daqueles que fumam querem largar o vício.

A comprovação do índice no Brasil veio com a tese de mestrado da professora da Universidade de São Paulo (USP), Analice Gigliotti, em 2002. "Daí em diante realizamos um consenso entre os profissionais de saúde, de sociedades científicas e associações médicas, para discutir os métodos mais eficazes de combate ao fumo. Nos baseamos, inclusive, no que já era feito nos Estados Unidos e Europa", relatou o médico.

Para saber onde ficam as unidades que atendem fumantes interessados em largar o vício, basta procurar a secretaria estadual de saúde ou a secretaria municipal. Há estados onde o atendimento está avançado, como é o caso do Distrito Federal que, antes mesmo da portaria de 2004 (que permitiu a distribuição dos medicamentos) já distribuía remédios aos pacientes. As primeiras compras foram financiadas pela própria secretaria de Saúde do DF.

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