São Paulo – A inadimplência das empresas brasileiras apresentou forte crescimento em março, conforme levantamento divulgado hoje (26) pela Serasa. O estudo da companhia de análise de crédito mostrou aumento de 23,5% da inadimplência entre as pessoas jurídicas ante o mesmo período do ano passado e alta mais significativa, de 41,6%, sobre fevereiro de 2006, quando houve redução de 12,5% ante janeiro. Nos primeiros três meses deste ano, a tendência de alta também se confirmou e a inadimplência cresceu 16,8% sobre o trimestre inicial de 2005.
Os técnicos da Serasa apontaram que o crescimento da inadimplência ficou acima da evolução do crédito para pessoa jurídica. Também destacaram que o carnaval no final de fevereiro causou um "efeito-calendário" em março, "com grande volume de títulos não pagos em fevereiro anotados no mês seguinte". Mencionaram ainda que, além das dificuldades enfrentadas pelas pessoas jurídicas com as elevadas taxas de juros, valorização do real e com a queda de rentabilidade em determinados setores, como o agroindustrial, houve impacto da inadimplência dos consumidores.
Ranking
A Serasa informou que, entre as modalidades pesquisadas, os títulos protestados mantiveram a liderança no ranking, com a maior participação (40,5%) entre as empresas, ante 41,5% no mesmo mês do ano passado, e com valor médio de R$ 1.367,89 das anotações negativas no final do primeiro trimestre.
O segundo indicador em representatividade das pessoas jurídicas foi o dos cheques sem fundos, que aumentou de 39%, em março de 2005, para 39,6% no mês passado, com valor médio de R$ 1.277,90.
As dívidas registradas com os bancos tiveram a menor participação (19,8%), com um resultado superior à participação de 19,5%, do mesmo mês do ano passado. O valor médio no acumulado deste ano foi de R$ 3.399,45.
A Serasa informou que, em relação ao primeiro trimestre de 2005, houve uma alta de 6,3% no valor médio das anotações de cheques sem fundos, recuo de 2,3% no de anotações de protestos e aumento de 0,7% no valor das dívidas com os bancos.
