São Paulo – A inadimplência dos consumidores do País apresentou alta expressiva em março, segundo estudo divulgado hoje (19) pela Serasa. O levantamento da companhia de análise de crédito apontou que entre as pessoas físicas houve crescimento de 22,7% sobre o mesmo período de 2005 e aumento mais significativo, de 35,1%, ante fevereiro de 2006, após um registro de queda de 6,8% na comparação entre os dois primeiros meses do ano.
O indicador de inadimplência da Serasa contempla registros de cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos e cartões de crédito e financeiras. No primeiro trimestre de 2006, houve crescimento de 16,6% no índice em relação aos primeiros três meses do ano passado.
Ranking
No mês passado, os cheques sem fundos apresentaram novamente a maior participação (33,2%) no ranking de inadimplência, com valor médio de R$ 550,61 das anotações negativas no final do trimestre. O porcentual foi superior ao registrado em março de 2005, quando atingiu 32,9%. As dívidas com bancos superaram as realizadas com cartão de crédito e financeiras e atingiram o segundo posto em março, com participação de 32,1% e valor médio de R$ 1.102,93.
A terceira maior participação, de 31,8%, ficou por conta do indicador dos registros de dívidas com os cartões de crédito e financeiras, que tiveram valor médio de R$ 313,44. Os títulos protestados, com 3% de representatividade e valor de R$ 763,26, tiveram a menor participação entre as modalidades pesquisadas pela Serasa.
Em relação ao primeiro trimestre de 2005, houve um aumento de 9,7% no valor médio das anotações de cheques sem fundos e uma alta de 14% no das anotações de protestos. O valor médio das dívidas com cartões de crédito e financeiras aumentou 26,3%, em relação aos três primeiros meses de 2005, e o das dívidas com os bancos registrou um crescimento de 4,4%.
Análise
Na avaliação da Serasa, o indicador de março "não define tendência" para a inadimplência a partir de abril e foi influenciado, principalmente pela "expressiva evolução do crédito" para os consumidores do País em todas as modalidades.
De acordo com a empresa, o orçamento doméstico dos brasileiros teve seu momento mais crítico no mês passado, em virtude do maior comprometimento da renda das pessoas físicas com os parcelamentos assumidos em prazos mais longos no Natal de 2005 e da concentração de impostos e despesas características do início de ano, como IPTU, IPVA, matrículas e compra de material escolar; além da volta das férias e dos gastos realizados no carnaval.
