Impostos e burocracia jogam agências de turismo para informalidade

Carga tributária, burocracia e concorrência estão empurrando, nos últimos três anos, grande parte das agências de turismo no Brasil para a informalidade. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira dos Intermediadores de Negócios em Turismo (Abint), Edvaldo Reis.

?Os proprietários levaram sua carteira de clientes para casa por conta dos altos encargos para manter a empresa funcionando. E a maioria optou pela informalidade?.

Segundo Reis, o desconforto com a informalidade é grande no segmento. Isso porque não há uma legislação que regulamente a profissão do free-lancer na área de turismo como existe nos países da Europa e Estados Unidos. ?Lá existe a figura do personal traveller. A pessoa tem uma microempresa, trabalha praticamente sozinha, e paga os impostos de acordo com o seu tamanho?.

A Abint, de acordo com o dirigente, vem lutando há alguns anos para que a profissão de agente de turismo seja regulamentada. Ele explica que atualmente a Embratur fornece uma credencial aos guias de turismo, que, depois de um curso de capacitação, estão aptos a trabalhar como guias. A Embratur também fornece uma credencial para que as agências possam trabalhar os seus pacotes turísticos.

?Mas, existe, entre a agência e o guia, o intermediário, o vendedor autônomo que tem uma carteira cativa de clientes. Esse ?vendedor? acaba tendo de utilizar uma agência para disponibilizar os seus serviços. Nós estamos lutando por uma legislação específica para o agente de turismo?.

Um levantamento feito pela associação no final do ano passado com as operadoras da capital paulista revelou que 15% da vendas das operadoras de turismo é feita por agentes free-lance. ?Isso significa algo em torno de R$ 6 milhões por mês em vendas?.

Segundo Reis, com uma legislação específica e uma credencial dada pela Embratur, a atividade do intermediário de turismo será respeitada por todo o segmento, valorizando a profissão e dando credibilidade em toda a operação turística.

Com cerca de 900 associados, a Abint disponibiliza hoje para seus associados uma série de cursos e workshops. ?Em maio do próximo ano, vamos realizar o 3º Workshop com os maiores operadores, resorts, hotéis, seguradoras e transportadores do País. O público-alvo é justamente os intermediadores de negócios do turismo?. A associação também organiza palestras para lançamentos de novos pacotes turísticos. ?As operadoras lançam seus pacotes e com essas palestras, automaticamente, estão capacitando os intermediários naqueles novos destinos. Isso é importante já que a maioria dos free-lancers não tem acesso à capacitação?.

Reis acredita que um dos segmentos de mercado com grande capacidade para crescer é o turismo rural. Falta um pouco mais de consciência associativista, acredita o dirigente. ?São Paulo é a capital dos serviços. Turista exigente, o paulistano quer ser bem recebido e ter conforto em sua estadia, com várias opções de lazer. Ao mesmo tempo, ele está atrás de coisas que não pertençam ao seu cotidiano. Por isso, o turismo rural é um grande atrativo para este tipo de público?.

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