Importações crescem e reduzem previsão de superávit

Brasília – O saldo positivo de US$ 1,605 bilhão na balança comercial nas três primeiras semanas de fevereiro trouxe consigo um sinal de arrefecimento das exportações. Em um caso raro nos últimos quatro anos, o aumento da média diária de embarques, de 4,1%, foi bem mais modesto que o das importações, de 17,5%, na comparação com os dados de fevereiro de 2005.

Nas três primeiras semanas do mês, as exportações somaram US$ 5,830 bilhões e as compras de produtos estrangeiros alcançaram US$ 4,225 bilhões. Os números deixaram clara a impossibilidade de o mês terminar com um superávit tão expressivo quanto o de fevereiro de 2005, quando totalizou US$ 2 776 bilhões, ou o de janeiro passado, de US$ 2,844 bilhões.

Na semana passada, as exportações alcançaram US$ 2,162 bilhões e as importações somaram US$ 1,583 bilhão. O superávit do período foi de US$ 579 milhões e contribuiu para os resultados positivos acumulados até o momento – de US$ 1,605 bilhão nas três semanas de fevereiro e de US$ 4,449 bilhões desde 1.º de janeiro deste ano, conforme os dados divulgados hoje (20) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

No ano, as exportações atingiram US$ 15,101 bilhões, cifra 12,7% superior à de igual período de 2005, quando comparadas as médias diárias dos dois períodos. As importações somaram US$ 10,652 bilhões, volume 19,4% maior, o que enfatiza o seu ritmo mais acelerado que o das exportações.

Nas três semanas de fevereiro, as exportações mostraram-se afetadas pelas quedas nos embarques de produtos básicos e de semimanufaturados, mas também pelo aumento tímido nas vendas de manufaturas ao exterior. A média diária de embarques foi de US$ 448,5 milhões. Influenciada principalmente pelo desempenho negativo dos setores de soja e de carnes, a média diária de vendas de produtos básicos caiu 5,1% em relação à de fevereiro do ano passado e a de semimanufaturados diminuiu 0,4%.

As exportações de manufaturas cresceram 6,2%, favorecidas pelos desempenhos dos setores de material de transportes (10%) e de produtos eletroeletrônicos (10,2%). O crescimento não foi mais expressivo por conta das quedas nos embarques de produtos metalúrgicos (-7,2%), equipamentos mecânicos (-2,6%), têxteis (-4,2%) e suco de laranja (-32,9%).

Favorecida pela taxa de câmbio e pelos sinais de recuperação da economia neste ano, a média diária de importações das três semanas de fevereiro, de US$ 325 milhões, foi 17,5% maior que a de igual mês de 2005. Tradicional líder do ranking produtos importados, o petróleo teve aumento de 21,5% em sua média diária de desembarques no período. Foi seguido pela ampliação das compras de equipamentos mecânicos (9,1%), equipamentos elétricos e eletrônicos (25,9%), produtos químicos (13,0%), plásticos (11,3%), produtos farmacêuticos (56,2%), siderúrgicos (38,3%), cereais (21,6%) e aeronaves (28,8%).

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