O aumento das importações brasileiras, provocado pela valorização recorde do real, não está levando à desindustrialização e faz parte de uma tendência global de crescimento do comércio exterior. Essas são algumas das conclusões do mais recente boletim Visão do Desenvolvimento, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A penetração das importações na economia brasileira cresceu desde 2002, saindo de 3,6% do consumo total para 4,9% em 2005 e 5,5% em 2006. Na indústria de transformação, a penetração dos importados era de 14,1% em 2003 e subiu para 19% em 2006.
O trabalho mostra, porém, que o Brasil permanece, dentro de um grupo de países desenvolvidos e emergentes de relevância, como o de segunda menor penetração das importações no consumo total em 2005, perdendo apenas para a Índia, com 3,5%. Em comparação, a penetração das importações em 2005 foi de 25,3% na Coréia, 21,6% no México, 14% na União Européia (desconsiderando o comércio intra-união), 13,1% nos Estados Unidos, 8,7% na Rússia e 7,8% na China.