IML já identificou 15 das 19 vítimas do acidente aéreo no Rio

Médicos plantonistas, voluntários e até legistas lotados na direção do Instituto Médico-Legal (IML) fluminense conseguiram identificar neste domingo (02), em esquema de mutirão, 15 das 19 vítimas do acidente aéreo ocorrido na sexta-feira (31)na mata do Pico da Serra Bonita, em Boa Esperança, distrito de Rio Bonito, na Região Metropolitana. O trabalho prosseguiu até hoje (2) de madrugada. Para identificar os quatro corpos restantes serão realizados exames de DNA.

Os corpos de quatro passageiros e do piloto Michael Peter Hutten foram enterrados hoje (02) no Rio – o sepultamento de um carioca está previsto para amanhã (03) ou quarta-feira (4) Outros nove seriam levados para São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Nove vítimas tiveram os rostos preservados no acidente e puderam ser reconhecidas pelos parentes, por meio de fotografias O diretor do IML, Roger Ancillotti, informou que outros corpos foram identificados com ajuda de técnicas de antropologia forense, a partir da busca de outros indícios para realizar o trabalho. "Quatro tinham aliança de casamento com o nome da mulher e a data da união. Já o piloto tinha um emblema de esquadrão de pilotos de caça tatuado no braço", disse Ancillotti "Os peritos foram orientados a ficar atentos a pequenos detalhes."

Os corpos do co-piloto Jaime Eloir Albaruz e dos passageiros Marco Galasso, Márcio Pereira e Jaques Bruce continuam no IML. Ancillotti esteve com peritos no hotel onde estão os parentes das vítimas para coletar sangue. O material será usado na identificação.

Zenir Castro Pereira, pai de Márcio Pereira, doou material para o exame de DNA. "Desde que começaram os flashes na televisão sobre o sumiço do avião, na sexta-feira, começamos a entrar em pânico. Agora, a angústia se prolonga e a gente só quer que tudo termine", disse o pai, que voltou para Porto Alegre. Caçula de cinco filhos, Márcio tinha 27 anos e era engenheiro da Petrobrás. Tinha planos de fazer mestrado na Escócia, no ano que vem.

Apesar da agilidade do IML, nem todas as vítimas puderam ser enterradas hoje, por causa de entraves burocráticos. Após a identificação, os parentes precisaram voltar a Rio Bonito, onde houve o acidente, a 75 quilômetros da capital, para registrar a morte. Somente com o atestado de óbito os corpos serão liberados

"A gente entende que foi uma fatalidade. Eu mesmo pego esse vôo toda semana", disse Luiz Carlos Rocha, diretor de contratos da construtora Hochtief do Brasil, que presta serviços para a Petrobras em Macaé e perdeu cinco funcionários no acidente. Segundo ele, funcionários disseram ter desistido do vôo do acidente na última hora. "A mãe de um deles teve um problema e ele antecipou a volta. Outro estava tão cansado que decidiu voltar de ônibus para dormir."

Mais de 100 pessoas acompanharam o enterro da engenheira da Petrobras Leila Ventura Abreu, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio. "Ela era casada com o nosso subsecretário, amiga minha da Petrobras. Uma grande pessoa", declarou o secretário de Energia do Estado, Wagner Victer. Leila tinha 44 anos e foi casada com o subsecretário Marcos Abreu, com quem teve dois filhos. Parentes e amigos não quiseram dar entrevistas e reclamaram da presença de fotógrafos e cinegrafistas.

O economista Henrique Fernandes Carvalho, de 30 anos, que era gerente de Produtos da Accenture do Brasil, foi sepultado à tarde, no Memorial do Carmo. Recém-casado, ele tinha sido promovido na empresa havia pouco tempo. A família também não quis falar com a imprensa.

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