Review escrita por Vivi Werneck, editora colaboradora do portal MisterApe
Muito tempo se esperou para a adaptação da série Devil May Cry para PC e acho que valeu a pena. Probleminhas de configuração e adaptação aos controles à parte, este é um título que não pode faltar na vida de todo gamer que se preze. Vamos discutir mais a fundo esse pontos a seguir.
A primeira grande ousadia da Capcom foi tirar o foco principal da aventura do adorável cafajeste – com todo o respeito que o filho de Sparda merece – Dante e colocar, no lugar, o novato Nero. Novato mesmo, já que é a primeira vez que o personagem aparece em todos os títulos do game.
Mas, é claro que ele não iria ficar de fora. Além de fazer várias participações especiais ao longo do jogo, Dante também pode ser controlado em mais ou menos 30% da aventura.
DIFICULDADES I
A primeira surra que o jogador leva não é de nenhum chefão de fase ou de alguma emboscada. O problema está em começar a jogar em si. Pois é. O primeiro susto vem logo para configurar os controles. Mouse para que? É tudo no teclado mesmo! Um terror para quem joga RPG no PC e está acostumado a usar o movimento do mouse para ajeitar a câmera e os botões para ativar melee weapons, ranged weapons e afins.
Acho que esqueceram de adaptar essa parte do jogo quando mudaram de plataforma, apesar de ter como adaptar o joypad do Xbox para o PC. Até as opções para entrar e sair de menus aparecem como botões de Xbox (A) para entrar e (B) para sair, por exemplo. Mas não adianta bater o pé, só tem um jeito: acostume-se. Com o tempo e o número exaustivo de repetições de movimentos você acaba decorando os botões.
Outro lado ruim, como sempre, são as câmeras. O jogo apenas dá a opção de alterar o ângulo de visão em alguns momentos, geralmente nas ocasiões dispensáveis. Na hora que elas mais fazem falta, quando o personagem está preso em algum lugar tendo que enfrentar todo o inferno de uma vez só – ou pior, lutando contra um chefão – a maldita da câmera fica fixa.
Nessas horas, o conselho que dou é fazer uso dos seus melhores combos e fugir dos cantos para tentar ter uma visão um pouco mais clara da situação. Se estiver lutando contra um chefão, o negócio é correr em círculos e abusar dos golpes a longa distância e, sempre que possível, pular pelas costas do inimigo e atacar! Ok… Eu sei que é uma atitude covarde, mas é ele ou você!
DIFICULDADES II
Por falar em chefões, eles são a grande pedra no sapato do jogo. Pode parecer meio clichê afirmar isso, mas é a pura verdade. É tão difícil passar por alguns deles (e a câmera ainda não ajuda) que isso até estraga um pouco o gameplay. O que mais se vê pela Internet são fóruns discutindo a odisséia que é passar por esses caras. Mas para quem está jogando Devil May Cry 4 pela primeira vez, é interessante começar pelo modo Human (equivalente ao easy). Assim fica bem mais fácil.
Considerando que existem alguns checkpoints, estrategicamente colocados, dá para jogar sem medo de ter que começar a fase toda de novo.
AS FASES
Os backtrackings são mais um problema que se estende desde a terceira edição. O game é fragmentado em “capítulos”, como se fossem etapas independentes que acontecem num mesmo mundo. Por isso, às vezes é comum você não ter como passar por um lugar, por este estar bloqueado, e só conseguir atravessar após andar meio mundo atrás de uma chave e depois ter que voltar o caminho todo de novo, depois de ter passado umas duas fases, só para abrir uma passagem. Isso é realmente muito chato.
Antes que me esqueça, um alerta aos jogadores. Cuidado, os demônios de Devil May Cry 4 são Highlanders! Isso mesmo, imortais. Só por curiosidade, experimente matar um monte deles e depois voltar ao mesmo lugar de onde os enfrentou. Bingo! Lá estão eles de novo. Firmes e fortes, ao contrário de você, muita das vezes. A sorte é que esta regra louca não se aplica aos chefes de fase! Já pensou?
Voltando a discussão dos problemas de backtracking, a situação consegue ficar pior. O jogador tem uma péssima surpresa quando começa a jogar com o Dante. O personagem tem que voltar TODO o caminho do jogo antes percorrido pelo Nero. Isso mesmo! E, no trajeto, ainda terá que enfrentar a maioria dos chefes de novo.
É provável que para aliviar a repetição, os criadores colocaram pequenas e, na maioria das vezes, irritantes diferenças nessas fases. Entre as mudanças, você vai encontrar coisas como limite de tempo para escapar de um tipo de reservatório com um gás venenoso, que vai lentamente tirando sua energia, e uma espécie de demônio – meio planta – muito chato que aparece embaixo de você, quando menos se espera, durante a fase da floresta. Aliás, ele é tão pentelho que vai ganhar um parágrafo exclusivo.
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