Rio de Janeiro – A primeira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de maio, relativa aos dias 21 e 30 de abril, mostra deflação de 0,19% no período. O resultado é mais baixo que a taxa registrada nos primeiros dez dias do mês (-0,16%). No consolidado de abril, a inflação ficou praticamente estável, com em 0,04%.
Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (11) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No ano, a inflação acumulada é de 0,96% e nos últimos 12 meses, de 4,16%.
Segundo o coordenador de análises econômicas da entidade, Salomão Quadros, o resultado na primeira prévia de maio foi influenciado pelos preços no atacado, cujo peso é mais forte no índice geral. O Índice de Preços por Atacado (IPA) caiu 0,37% no período, repetindo a taxa da primeira prévia de abril.
?Agora estamos começando a captar os efeitos da safra de cana-de-açúcar e, portanto, do álcool. Havia uma pressão tanto direta pelo álcool hidratado como indireta pelo álcool que se mistura à gasolina. Isso inverteu completamente. Essa é uma das principais razões que justificam o recuo do IPA?.
A queda no preço dos produtos agrícolas in natura, cuja taxa passou de 3,43% para uma deflação de 2,38%, foi outro fator que contribuiu para a diminuição do IPA.
De acordo com Quadros, o início do ano foi "bastante conturbado" em relação a esses produtos, que tiveram pressão recorde nos últimos dez anos. ?Mas a gente não teve aumento de preços dos alimentos in natura tão fortes como neste ano?.
Do mesmo modo, a queda nos preços do grupo Alimentação no varejo – que passou de 0,12% na primeira prévia de abril para deflação de 1% na primeira prévia de maio – contribuiu para que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) recuasse de 0,15% para ?0,02% no período. O resultado também é efeito da queda de preços nos alimentos in natura no atacado.