A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) teve queda em janeiro ante dezembro, passando de 0,77% para 0,42%, informou hoje (18) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice só não foi menor por efeitos sazonais: impacto para cima do reajuste de mensalidades escolares e aumento de preço das hortaliças e legumes por causa da época de chuvas. O IGP-10 acumula elevação de 12,04% em 12 meses.
Entre os indicadores que compõem o IGP-10, o Índice de Preços por Atacado (IPA-10) ficou em 0,27%, ante alta de 0,88% apurada em dezembro. No atacado, os preços dos produtos agrícolas subiram 0,40%, ante alta de 0,94% registrada em dezembro; e os preços dos produtos industriais subiram 0,23% em relação ao aumento de 0,86% verificado no mês passado.
No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) ficou em 0,74%, ante variação de 0,48% em dezembro. Já o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC-10) ficou em 0,70%, ante elevação de 0,72% registrada no mês passado.
O economista da FGV Salomão Quadros, responsável pelo levantamento do IGP-10, destacou que, com exceção de outubro, quando o índice ficou em 0,23%, o indicador de janeiro de 2005 é o menor desde agosto de 2003. "Podemos perceber uma forte desaceleração em todos os indicadores e a alta só é explicada por reflexo dos reajustes de preços administrados (como é o caso da gasolina, que teve alta em 26 de novembro e ainda reflete no preço do varejo) e pelos aspectos regionais", argumentou.
O reajuste da gasolina continua a pressionar o indicador porém de maneira mais amena. A variação do combustível no período entre 11 de dezembro e 10 de janeiro foi de 2,23%, ante 3,24% em igual período anterior. O álcool combustível ficou em 1 39% ante 9,56%.
"A tendência é de que o setor de transportes tenha cada vez menos peso no indicador nos próximos meses", disse o economista. Para ele, o Brasil vive hoje uma época de "desaceleração ampla, geral e irrestrita". "Há uma desaceleração generalizada no atacado", disse.