Brasília – Quinhentas lideranças eleitas nos estados e municípios participam da 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, que se realiza até sexta-feira (26) em Brasília. Serão discutidas questões relacionadas à violência, a construção de uma rede de proteção social, previdência e assistência social, além de cultura e lazer. E ao final do encontro, os idosos formularão documento para orientar uma agenda nacional de políticas públicas e para cobrar ações mais efetivas dos governos federal, estadual e municipal.
Uma das delegadas que participam do encontro, Teresinha Vitorino de Souza, de 64 anos, do Pará, destaca a oportunidade de debater seus direitos. "Antes, a gente não via essas coisas para os idosos. Nós éramos sempre muitos discriminados e mal tratados. Agora estamos avançando mais nessas discussões. Antes ninguém tinha nem voz e nem vez, mas pouco a pouco conquistamos espaço".
Para o presidente do Conselho Nacional do Idoso, Perly Cipriano, subsecretário de Promoção dos Direitos Humanos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, essa primeira conferência consolida as diversas discussões ocorridas nos estados: "Nós já temos o Estatuto, o decreto da acessibilidade, já temos muitos conselhos estabelecidos, mas precisamos agora dessa mobilização ? um fórum onde se encontra poder público e a sociedade civil fazendo um pacto de levar à frente a política para o idoso, para construir uma rede de promoção e proteção à pessoa idosa".
Cipriano lembrou que o país precisa se preparar para atender cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o equivalente a 8,6% da população. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que até 2025 o Brasil será o sexto colocado em número de idosos no mundo.
O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do Estatuto do Idoso, disse acreditar que os resultados obtidos durante essa primeira conferência "contribuirão para que os idosos possam envelhecer com dignidade". Indagado por uma idosa sobre a lentidão no processo de implementação do estatuto, ele afirmou que "a lei existe, mas cabe à sociedade apropriar-se dela". Segundo Paim, "se o estatuto assegura direitos, os idosos têm que cobrar daqueles que não os concedem".
