No meio do fogo cruzado entre acusadores e acusados, até poucos dias irmanados pelo inconsistente ideal programático de lutar em favor do progresso do País, ouviu-se a proclamação desenxabida do presidente regional do PT, deputado André Vargas, quanto à idéia fixa do candidato próprio ao governo do Estado em 2006.
Vargas dá mostras de estar convencido de antemão que coisa alguma poderá prejudicar os planos do Partido dos Trabalhadores, pelo menos no médio prazo. A CPMI dos Correios, a hipotética concessão de mesadas para aparelhar as bancadas da base, a fragilidade da organização política do governo não parecem preocupar o deputado paranaense.
Ele fala com ensaiada desenvoltura sobre o potencial do petismo no Paraná, embora o eco de suas declarações fique tolhido pela algazarra que toma conta do ambiente político. O deputado abre um leque de quatro nomes, a seu ver fortíssimos candidatos ao governo: Jorge Samek, Paulo Bernardo, Flávio Arns e Gleisi Hoffmann.
No afã de solidificar a imagem do líder arrojado que busca a reeleição para o diretório estadual, Vargas sequer considera as repetidas ponderações de Lula quanto à conveniência da celebração de alianças regionais, de preferência com o PMDB, custe o que custar.
É a típica lição raramente assimilada pelos políticos, que tardam em aprender que o açodamento não é virtude recomendável. O apressado sempre come cru ou queima a língua.