Pesquisa feita pelo Ibope revelou que 8,3 milhões de eleitores (cerca de 8% do total) receberam proposta de venda de votos nas eleições de 2006. Esse índice é quase três vezes maior do que os 3% registrados na eleição de 2002. Para a ONG Transparência Brasil, que encomendou a pesquisa, esses números são alarmantes. Eles foram divulgados nesta quarta-feira (7) pelo coordenador da ONG, Cláudio Weber Abramo.
Para Abramo, o índice é "alarmante" porque interfere na integridade do sistema eleitoral brasileiro e pode alterar o rumo das eleições. Abramo acredita que muitos dos eleitos em 2006 obtiveram o mandato com base na corrupção eleitoral. Ele responsabiliza o TSE por não ter diagnosticado e agido preventivamente em relação ao problema e culpa também a omissão dos partidos.
O pior Estado foi o do Paraná, onde 22% dos pesquisados foram alvo de oferta de compra de voto. Segundo a pesquisa, o grupo mais vulnerável à compra de votos não é o dos pobres, como se imaginava, ou dos mais ignorantes, mas surpreendentemente o dos jovens, que se revelaram mais dispostos a vender o voto (13%), contra apenas 4% dos eleitores que tem mais de 50 anos.
A pesquisa mostrou também que 15% dos brasileiros acham que os eleitos vão roubar, mas 71% acreditam que eles não roubarão, o que desmistifica a tese de que o brasileiro aprova a máxima do "rouba mas faz".