Não é possível prever, hoje, se a queda de 1,4% na produção industrial em setembro ante agosto se refletirá negativamente nos resultados futuros de emprego industrial. A avaliação é do economista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. Ele considerou que, em setembro, a produção industrial foi muito afetada especificamente por um setor, o automobilístico, cuja produção foi afetada por greves e paralisações.
O economista acredita que o movimento de queda na produção industrial tem todas as características de ser algo pontual; entretanto, não há como saber, apenas com os resultados de setembro, se o cenário pode ser o início de uma tendência.
Macedo explicou que, apenas como dado pontual, datado de um mês específico, o resultado ruim da produção industrial não afetará o passo de recuperação em ritmo moderado no emprego industrial. Mas se o cenário negativo de setembro se repetir em outubro, novas avaliações precisam ser feitas, de acordo com Macedo.
"Ainda é muito cedo para falar sobre isso. Precisamos saber os resultados de outubro (da produção industrial) antes, para saber se isso vai afetar o emprego industrial", disse.
Porém, em setembro, os setores mais intensivos em postos de trabalho continuaram a registrar resultados ruins na Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do mês. Para Macedo, esse seria um dos fatores pelo qual a recuperação no emprego na indústria tem registrado ritmo apenas em tom moderado. "Os setores que empregam mais continuaram a apresentar queda no emprego em setembro", admitiu o economista.
