O aumento da taxa de desemprego para 9,9% em fevereiro (ante 9 3% em janeiro) já era esperado e a expectativa é que a taxa suba mais uma vez em março, segundo o gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. "Há uma sazonalidade no primeiro trimestre e a taxa no mês de março tende a ser maior, como ocorre historicamente", disse.
Ele explica que, além da dispensa dos temporários contratados no final do ano anterior, que ocorre ao longo do primeiro trimestre março é o mês em que a atividade econômica começa a acelerar e um número maior de pessoas começa a procurar emprego, pressionando a taxa.
Já em fevereiro, segundo ele, a taxa teve impacto da dispensa dos temporários e do retorno à busca por uma vaga, que se intensifica em março. "Até desempregado tira férias (de procurar emprego) e agora (em fevereiro e março) recomeça a buscar trabalho", disse Azeredo.
A permanência do número de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País em fevereiro deste ano (2,32 milhões), em número exatamente igual ao do mesmo mês de 2006, mostra que o crescimento da economia do ano passado não foi suficiente para gerar vagas e "para a gente sentir esse crescimento refletido no mercado de trabalho", segundo Azeredo.
Para ele, o que ocorreu positivamente em 2006, e que também permanece no início de 2007, é a melhoria da qualidade do mercado de trabalho, com aumento na formalidade e no rendimento dos trabalhadores.
De acordo com o gerente do IBGE, é possível que o ano de 2007 não mostre alterações significativas no mercado de trabalho em relação ao ano passado. "O ano de 2007 se mostra, e é bom ressaltar que é muito cedo para levantar isso ainda, que será parecido com 2006, com timidez muito forte para acelerar o nível de contratações. Isso é o que se mostra até agora, mas o quadro pode mudar totalmente no início do segundo trimestre", disse.