O mapa de aves em risco de desaparecer divulgado nesta terça-feira (05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lista 159 espécies em vias de extinção no Brasil. Considerando o ambiente em que habitam, a situação é mais crítica na região da Mata Atlântica, reduzida a 7,5% de sua cobertura original.

continua após a publicidade

O documento mostra que houve um aumento significativo de 46% no número de espécies em risco, considerando a última lista, elaborada em 1989 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e o último levantamento, concluído em 2003 e agora atualizado pelo IBGE. Além de mostrar a distribuição geográfica das espécies, a publicação localiza os biomas onde elas eram originalmente encontradas.

Responsável pela área de fauna do IBGE e autora do mapa, a bióloga Lícia Leone Couto atribuiu o agravamento da situação a problemas como comércio ilegal e desmatamento. Por isso, aves com plumagem exuberante como as araras são particularmente afetadas. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), por exemplo, antes encontrada na Bahia, no Maranhão, Pernambuco, Piauí e Tocantins, hoje está restrita aos cativeiros, como o mutum-de-Alagoas (Mitu mitu).

"Se olharmos o mapa, vamos ver que na região Norte a situação não é tão crítica quanto no litoral brasileiro, onde há muito desmatamento para dar lugar à especulação imobiliária", observou ressaltando a seriedade do problema na Mata Atlântica. No Estado de São Paulo, há 41 espécies ameaçadas de extinção, entre elas a jacutinga (Pipile jacutinga), o tico-tico-do-campo (Coryphaspiza melanotis), o pica-pau-de-cara-amarela (Drycopus galeatus)e a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyancinthinus). No Rio, são 39.

continua após a publicidade

Segundo Lícia, quantitativamente as aves estão em uma situação mais delicada do que grande parte da fauna brasileira. Considerando dados lançados em 2000 e mapas que serão divulgadas pelo IBGE até o fim do ano, o número de mamíferos em risco subiu 3%, passando de 67 para 69. Já os anfíbios apresentaram o maior crescimento proporcional: 1.500%, de 1 para 16. Em seguida, vêm os répteis, com um aumento de 122%, de 9 para 20 espécies.