Os efeitos das queimadas e dos desmatamentos atingem o país inteiro. Essa é uma
das conclusões da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) divulgada
nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O estudo, realizado em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
é o primeiro levantamento ambiental sobre os municípios produzido pelo
IBGE.
Os dados da pesquisa foram coletados em 2002 a partir de
questionários enviados a prefeituras de todas as unidades da federação. Apesar
de ocorrerem com maior freqüência nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a
pesquisa revela que há queimadas e desmatamentos em todo o país.
Além
disso, nos estados da Amazônia e da Bahia, duas novas áreas de desmatamento
foram detectadas pela pesquisa. No caso da Amazônia, prefeituras do Amapá e do
norte do Pará informaram a ocorrência de queimadas e desmatamentos interferindo
na vida das populações. Esses locais de queimadas ainda não haviam sido
detectados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
ou pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
O cerrado do oeste da Bahia também é outro bioma onde os
gestores municipais indicaram a ocorrência de prejuízos à população e à
paisagem. No relatório, a expansão agropecuária na região é citada como uma das
possíveis razões para o desmatamento.
O relatório também indica que
muitos gestores deixaram de informar a ocorrência de degradação ambiental em
locais onde é sabido que o problema existe, como ao longo da BR 163 (Cuiabá ?
Santarém), no norte do Mato Grosso e no oeste do Tocantins.
"É possível
que as queimadas e desmatamentos não informados estejam sendo tolerados pelos
gestores municipais por serem vistos como um ‘mal necessário’ ao desenvolvimento
local", diz o relatório.
Dos 1.009 municípios que apontaram
desmatamentos, 68% também relataram a ocorrência de queimadas. Cerca de um terço
dos municípios noticiaram ações para combater as queimadas e os desmatamentos.