O aumento do salário mínimo de R$ 260 para R$ 300, em maio, foi o fator que contribuiu para a elevação, em junho, das vendas no grupo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
A afirmação foi feita, nesta terça-feira, por Reinaldo Pereira, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A atividade de supermercado é mais sensível à renda", explicou Reinaldo.
Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada, hoje, pelo IBGE, se comparado ao mesmo mês do ano passado, o crescimento ficou em 3,35%. O reajuste do salário mínimo, de acordo com o Instituto provocou um crescimento de 1,5% no rendimento médio das pessoas ocupadas.
Já no setor de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos, a maior influência para o crescimento das vendas foi a ampliação do crédito ao consumidor e dos empréstimos descontados direto na folha de pagamento. "A gente teve um aumento do salário mínimo em maio e esse dinheirinho a mais repercute tanto na atividade de supermercado, nos não duráveis e também com um dinheirinho a mais as pessoas acabam aumentando o crediário, fazendo prestações na parte de bens duráveis", disse o economista.
A atividade de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação também teve um reflexo importante no resultado do índice geral da Pesquisa Mensal do Comércio. Em relação a junho de 2004, o crescimento foi de 51,65%. Somente no semestre a atividade apresentou alta de 37,61%.
Para o economista do IBGE, a redução no preço do dólar foi o motivo do desempenho neste grupo. "Certamente a queda no dólar influencia essa atividade, onde o consumidor comprando mais software e hardware impactou positivamente essa variação do comércio varejista", acrescentou.
Reinaldo Pereira acredita que o dólar mais baixo vai influenciar, também, as vendas de produtos importados para o Natal, porque as compras dos produtos estão sendo feitas com preços mais baratos e quem vai se beneficiar é o consumidor.