Brasília – O setor externo foi o principal fator apontado como negativo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em 2,9%. Segundo a gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, ?pela primeira vez desde 2000 o volume das importações de bens de serviço foi muito maior do que o das exportações?.
As exportações de bens de serviço cresceram 5% em 2006, e as importações, 18,1%, apresentando forte aceleração em comparação a 2005, quando o crescimento das exportações, de 11,6%, havia sido superior aos das importações, de 9,5%. Com o crescimento da exportação menor que a importação, o peso do setor externo no PIB ficou 1,4% menor.
O IBGE aponta como destaque para o PIB, o crescimento da demanda interna, que contribui positivamente em 4,2%. ?Em especial os investimentos na formação bruta de capital fixo (que inclui principalmente construção civil e máquinas e equipamentos) e para o consumo das famílias, devido a fatores como aumento da massa salarial real e do volume de crédito, além do câmbio baixo, que também ajuda?, explicou Rebeca Palis.
Pelo terceiro ano consecutivo cresceu o consumo das famílias brasileiras. Em 2006, a elevação foi de 3,8%. A agropecuária teve um crescimento de 3,2%, recuperando-se em relação ao ano anterior, quando havia crescido apenas 0,8%. Já a indústria apresentou aumento de 3%: a maior alta ocorreu na extrativa mineral (56%). Em seguida, vieram a construção civil (4,5%) e os serviços industriais de utilidade pública (3,3%). A indústria de transformação cresceu 1,9%.
No setor de serviços, que teve alta de 2,4%, as maiores elevações foram registradas nos sub-setores comércio (4%) e instituições financeiras (2,6%). Também apresentaram crescimento transporte (2,2%), aluguéis (2,2%), administração pública (2,1%). Comunicações foi o único com variação negativa (-0,9%).
Os impostos sobre produtos tiveram elevação de 4,4%, com o ICMS contribuindo com 3,4%, o IPI/ISS, 4,7%, e o Imposto de Importação com 23,1%.