Os pretos e pardos apresentam condições de inserção no mercado de trabalho bem piores do que as vivenciadas pelos brancos, nas seis principais regiões metropolitanas do País. Do total de pessoas desempregadas nessas regiões em setembro deste ano, 50 8% eram pretos ou pardos, segundo mostra pesquisa divulgada hoje pelo IBGE. O porcentual é bem superior à fatia de pretos ou pardos (42,8%) na chamada População em Idade Ativa (10 anos ou mais de idade, que somava um total de 39,8 milhões de pessoas nas seis regiões em setembro).

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A pesquisa segue o sistema de classificação de cor ou raça adotado pelas pesquisas domiciliares do IBGE, no qual o informante escolhe uma entre cinco opções: branca, preta, parda, amarela ou indígena.

Segundo o documento de divulgação do IBGE, a desigualdade em termos de inserção no mercado de trabalho dos pretos ou pardos também pôde ser observada na taxa de desemprego, que para essa parcela da população era de 11,8% em setembro, acima da taxa de desemprego para os brancos, que era de 8,6%.

A pesquisa mostra também que a população em idade ativa preta e parda, com média de 7,1 anos de estudo, era menos escolarizada que a população branca, que tinha em média 8,7 anos de estudo.

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Além disso, considerando a posição na ocupação, a categoria de trabalhadores domésticos foi a que apresentou maior participação de pretos e pardos (57,8%), seguida da construção (55,4%). No que diz respeito aos rendimentos, os pretos e pardos recebiam em média R$ 660,45 em setembro, o que equivalia a 51,1% do rendimento dos brancos (R$ 1.292,19).

A pesquisa revela também, ainda sobre o rendimento, que a renda domiciliar per capita em domicílios cujos principais responsáveis eram pretos ou pardos (R$ 417,23) eram menos da metade daqueles domicílios onde os principais responsáveis eram brancos (R$ 950,46) em setembro.

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Os dados foram produzidos pelos técnicos do IBGE a partir da Pesquisa Mensal de Emprego, que investiga mensalmente o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País.