O Ibama trabalha com a hipótese de ter sido criminoso o incêndio que destruiu cerca de 50 mil hectares do Parque Nacional da Serra da Canastra, no Centro-Oeste de Minas. O fogo foi controlado ontem, após uma semana. Os principais suspeitos são produtores rurais que têm propriedades no entorno do parque. Este mês, eles entraram em atrito com o Ibama por se recusarem a discutir a regularização fundiária na região. O parque tem 200 mil hectares, mas apenas 71 mil estão regularizados.
"Foi um ato de sabotagem. Toda vez que acabava o fogo em uma frente, surgiam focos novos em áreas distantes", afirmou Vinicius Augusto Vieira, funcionário que atua na proteção às nascentes do Rio Araguari. Oitenta homens estavam escalados para passar a madrugada de plantão em acampamentos no parque, para tentar impedir o surgimento de novos focos.
O Parque Nacional da Serra da Canastra abriga espécies animais ameaçadas de extinção e exemplares de quase todos os tipos de cerrado do país. Dentro dos limites do parque, fica a nascente do rio São Francisco, cuja vegetação ao redor foi uma das atingidas pelo fogo.
