O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) desativou na última semana a emissão de avisos do Alerta Geada 2006. O serviço estava em operação desde maio, com previsões diárias de temperatura e do risco de ocorrer geadas na região cafeeira do Estado. Seu objetivo é oferecer aos cafeicultores um instrumento de decisão para aplicar técnicas de proteção em lavouras novas de café, de até dois anos.
De acordo com a Área de Agrometeorologia do Iapar, no período de abril a setembro houve 28 noites de geada no Paraná. As madrugadas mais frias foram registradas no dia 31 de julho (variando de -2,5°C na região de Palmas a 7,5°C na região noroeste), 20 e 23 de agosto (-1,2°C a 10°C) e 4 a 5 de setembro (-3,0°C a 6,3°C), temperaturas medidas em abrigo meteorológico, a 1,5 m de altura.
Ao nível do solo ? a chamada ?temperatura de relva? ?, as temperaturas foram ainda mais baixas. Em Londrina, por exemplo, a menor temperatura ocorreu no dia 5 de setembro, quando se registrou 2,7°C no abrigo meteorológico e -5,8°C no chão. Os mapas com a distribuição das temperaturas em noites de geada podem ser conferidos no endereço eletrônico do Instituto: www.iapar.br
Café
Quanto à zona cafeeira do Paraná, os pesquisadores do Iapar avaliam que a geada tardia, em setembro, causou danos em Ibaiti, Apucarana, Jandaia do Sul e Jesuítas. Mas foram apenas ?geadas de capote? (circunscritas ao terço superior da planta) em plantios localizados em baixadas. Para eles, cafeicultores que fizeram ?chegamento de terra? no tronco e enterrio das plantas jovens evitaram prejuízos.
Na opinião dos especialistas, a geada de setembro atingiu a florada e pode afetar parcialmente a produção da próxima safra. Eles informam que as lavouras serão acompanhadas, e mais informações sobre possíveis danos poderão ser obtidas no ?Monitoramento Agroclimático das Regiões Cafeeiras?, serviço também disponível na página que o Iapar mantém na internet.
O serviço Alerta Geada opera de maio até o final de agosto ? ou meados de setembro, dependendo da evolução do clima ? e voltará a ser ativado em 2007. É uma realização do Iapar em parceria com o Instituto Simepar e Instituto Emater-PR, e tem o apoio da Secretaria da Agricultura/Deral e do Consórcio Brasileiro de Pesquisas e Desenvolvimento do Café.