IAP proíbe pesca e uso da água em toda região poluída por navio

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Luiz Eduardo Cheida determinou nesta terça-feira que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) baixe uma portaria conjunta com Ibama proibindo por tempo indeterminado qualquer atividade de pesca, coleta e consumo de organismos aquáticos, bem como o uso de água ou práticas desportivas que impliquem em banho ou contato com a água das baías de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba.

As três baías foram atingidas por manchas de metanol e óleo que vazaram no acidente com o navio Vicuña, de bandeira chilena, que estava descarregando cerca de 14 mil toneladas de metanol no Porto de Paranaguá na noite de segunda-feira .

Deste total, 9 mil toneladas já haviam sido descarregadas. Há suspeitas que o restante da carga, cerca de 5 mil toneladas, tenha vazado na baía de Paranaguá e atingido as baías de Antonina e Guaraqueçaba em menos de um dia. Na tarde desta terça-feira, a mancha já atingia uma extensão de 20 quilômetros do local do acidente, alcançando a Ilha das Peças. As areias da ponta Oeste da Ilha do Mel e da Ilha das Cobras também foram totalmente atingidas pelo combustível.

Além de metanol, o tanque de combustível da embarcação também foi atingido pelas explosões, derramando mais 1,15 mil toneladas de full oil e 150 toneladas de óleo diesel no mar.

Cheida sobrevoou a baía de Paranaguá e esteve no local do acidente para dimensionar os danos causados pelo vazamento de combustível. Segundo ele, foi verificada a morte de peixes e o comprometimento da vegetação em áreas de mangue. O secretário cobrou uma solução imediata da empresa responsável pelo terminal, Cattalini, que já é reincidente em acidentes como este.

De acordo Sebastião Carvalho, chefe do escritório regional do IAP em Paranaguá que trabalha há vinte anos no local, este é o maior acidente ocorrido no Porto nas últimas duas décadas. "Além de ser o quarto acidente em menos de 80 dias", destacou o Sebastião .

Equipes do IAP estão na baía de Paranaguá desde a primeira explosão, às 19h45 de segunda-feira. Desde então, vem acompanhando e orientando o trabalho das equipes que estão prestando assistência ao acidente.

Para impedir desastres como este aconteçam, a Secretaria do Meio Ambiente estuda a possibilidade de regulamentar que o abastecimento em águas portuárias ocorra mediante cerco com barreiras de contenção tanto na barcaça como também no navio envolvido na operação. De acordo com o secretário Cheida, estas medidas preventivas poderão minimizar danos ambientais. "Pois em caso de acidente de ambos, o óleo ficara retido em seu entorno", explicou o secretário. Além das barreiras de contenção, barreiras de absorção também deverão fazer parte dos equipamentos, para uso em caso de emergência.

O comandante Osmar Pedro Cunha, da Capitania dos Portos, informou que seis peritos da Diretoria de Portos e Costas (DPC) estão chegando ao local do acidente para realizar testes. A conclusão dos laudos periciais e causa do acidente deve ser anunciada em 30 dias. Outra equipe de peritos irá avaliar a melhor forma de se retirar o navio seguindo as normas de segurança.
A portaria conjunta entre Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Ibama, de número 025/04, foi assinada durante a reunião em que foi feita avaliação dos trabalhos realizados até o momento e anunciadas medidas de segurança a serem tomadas. Participaram da discussão, representantes da Defesa Civil, Polícia Militar, Vigilância Sanitária, empresa seguradora do Navio, Ibama, APA e Procuradoria Geral do Estado e Secretaria Municipal de Saúde de Paranaguá.

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