Com auxilio de helicóptero, técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Instituto Ambiental do Paraná (IAP) monitoram diariamente os trabalhos de contenção e retirada do óleo que vazou no acidente com do navio chileno Vicuña, no último dia 15. O objetivo é, além de fiscalizar o trabalho que vem sendo prestado pelas empresas envolvidas no acidente, repassar as falhas e garantir que o óleo não atinja outros pontos do litoral.
De acordo com o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, as empresas envolvidas no acidente contrataram 600 pessoas na tentativa de conter o avanço da mancha. Porém, esse número deverá chegar a 2.500 pessoas, após exigências dos órgãos ambientais. As equipes estão trabalhando na colocação e retirada de barreiras de contenção e absorção, assim como na limpeza manual de locais atingidos pela mancha de óleo.
"Os vôos possibilitam melhor visualização sobre o andamento dos trabalhos. Quando se observa, por exemplo, que as barreiras estão fora do lugar ou que estão sendo insuficiente em determinados pontos, os técnicos avisam as equipes em terra para que se desloquem para os locais onde há falhas", descreveu Rasca.
O IAP está orientando os funcionários, contratados pelas empresas envolvidas no acidente e que estão fazendo a limpeza manual de pedras, mangues e praias para que a coleta do óleo seja feita sem danificar a vegetação. Apenas na ponta oeste da Ilha do Mel, cerca de 142 pessoas estão retirando as placas de óleo das encostas e manguezais.
Mancha
No ponto zero, como está sendo chamado o local do acidente, havia na manhã desta quarta-feira, cerca de 43 barcaças trabalhando para que o óleo que continua vazando dos tanques submersos não ultrapasse as barreiras de contenção.
Segundo o chefe do escritório regional do IAP em Paranaguá, Sebastião Carvalho, as barreiras podem se deslocar entre 100 e 200 metros dos locais onde foram instaladas. "Estamos em monitoramento permanente para que, com esses deslocamentos, o óleo não se espalhe mais ainda", disse Carvalho. Ele ainda afirmou que, durante o último sobrevôo, foi possível constatar que, nas baías de Guaraqueçaba, Antonina e dos Pinheiros, a concentração de óleo já é mínima e pouco visível. "A perspectiva é que, após o recolhimento do óleo que retorna das rochas o produto deverá desaparecer por completo destes locais", concluiu.
Portarias
Com relação à proibição da pesca nas baías atingidas pelo acidente, o presidente do IAP informou que, somente após os resultados das análises da água e de balneabilidade das praias, será possível afirmar se a portaria será mantida ou não. Os resultados deverão sair dentro de 15 dias. Da mesma forma a prorrogação do defeso do caranguejo depende das análises de mangue a da água.