O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, editou uma nova portaria liberando o uso da água no Rio Nhundiaquara, mas mantendo a proibição por tempo indeterminado para o Rio São João, localizado no município de Morretes. De acordo com o documento, fica interditado o trecho do Rio São João que compreende desde a jusante da ponte, na ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá, até a sua foz no Rio Nhundiaquara.
A nova portaria revoga o documento emitido no último dia 13 de agosto que proibiu o uso da água nos dois Rios citados acima.
Continuam proibidas no Rio São João atividades de pesca ou coleta de organismos aquáticos, práticas desportivas que impliquem em banho ou contato com a água, abastecimento doméstico, irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e atividades de aqüicultura.
A proibição teve como base o resultado das análises laboratoriais que vêm sendo realizadas pelo IAP, desde o acidente com o trem da América Latina Logística (ALL) ocorrido no último dia 19 de julho, quando 35 vagões transportando soja, farelo de milho e açúcar, descarrilaram sobre a ponte do Rio São João, em Morretes.
Os laudos do IAP constataram que ainda há presença de grãos de milho no leito do Rio São João, ocasionando forte odor provocado pela decomposição de matéria orgânica. Ainda segundo os laudos, as chuvas que ocorreram entre os dias 24 de setembro a 26 de setembro arrastaram o material orgânico, provocando seu acúmulo nos remansos do rio, o que pode favorecer o reaparecimento da bactéria Sphaertilus natans nestes locais.
“A presença das colônias de bactéria Sphaertilus natans indica intensa contaminação orgânica, pois utiliza os resíduos de despejos orgânicos no seu metabolismo podendo estar associados a organismos patogênicos. A ingestão ou contato primário com a água contaminada por esta bactéria pode causar infecções”, afirmou o presidente do IAP, Rasca Rodrigues