Uma juíza abriu ontem (31) um processo penal contra o ex-candidato à Presidência do Peru Ollanta Humala por delitos contra a humanidade, desaparecimento forçado, assassinato e lesões graves. A magistrada também ordenou que ele seja impedido de deixar o país. Em sua decisão, a juíza Miluska Cano considerou que "existem elementos suficientes" para determinar a responsabilidade de Humala em atos de tortura e assassinato quando ele comandava uma base militar na selva em 1992.
O advogado de Humala, Carlos Escobar, disse que seu cliente ainda não havia sido notificado pela juíza e rechaçou a decisão judicial por considerá-la um "enorme abuso de direito". "Essa denúncia não tem nem pé nem cabeça", disse Escobar. "Não há nenhuma prova de assassinato nem de lesões.
Duas testemunhas o acusaram de ter ordenado seqüestros, torturas e desaparecimentos forçados quando ele era chefe da base militar de Madre Mía, na região de selva do departamento (Estado) de San Martín, quando se escondia sob o pseudônimo de "Capitão Carlos". Humala, que foi derrotado no segundo turno de 4 de junho passado pelo presidente Alan García, admitiu ter utilizado esse apelido, mas negou durante toda a campanha eleitoral ter cometido algum crime.