Com os navios parados, cenas como essa
não são mais vistas no lago de Maracaibo

Após dias de polêmica, o petroleiro Amazonian Explorer, enviado pelo Brasil, chegou hoje a Puerto La Cruz, na Venezuela. Os 525 mil barris de gasolina, vendida pela Petrobrás, serão suficientes para dois dias de consumo. Eles foram fornecidos pelo governo brasileiro para ajudar o país a enfrentar a falta de combustível, em conseqüência de uma greve geral que entra hoje no 27.º dia.

O presidente Hugo Chávez, um militar esquerdista, recebeu o navio brasileiro com festa. “Passamos pela situação mais crítica e estamos melhorando”, disse, festejando também o transporte de gasolina feito pelo petroleiro Pilín León, em poder dos grevistas até que o governo retomou seu controle, há uma semana.

O presidente assegurou que “em poucos dias, semanas, desaparecerão as grandes filas (nos postos de gasolina)”.

A oposição, que mantém desde o dia 2 de dezembro uma greve geral para exigir a renúncia de Chávez, criticou a ajuda brasileira e acusou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, de “interferir em assuntos internos” do país. A greve paralisou principalmente o setor petrolífero, vital para a economia do país, quinto maior exportador do mundo.

Em novembro, a produção da Venezuela era estimada em três milhões de barris por dia. Atualmente, são 700 mil barris por dia, segundo o ministro da Energia, Rafael Ramírez, ou 170 mil barris por dia, de acordo com informações da oposição.

A gasolina enviada pelo Brasil deve ser distribuída na capital, Caracas, e nas principais cidades do país, onde mais de 90% dos postos estão fechados por falta de combustível. Os venezuelanos terão de esperar por várias horas para adquirir o combustível, negociado no mercado paralelo a um preço 20 vezes superior ao cobrado pelos postos de gasolina.

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